Bebê de 1 ano tem braço amputado após ataque de jacaré e sobrevive

menino atacado por jacaré
Depois de 15 dias internado, Hudson recebeu alta nessa quinta-feira (TV Anhanguera/Reprodução)

Uma família de Porangatu, no norte de Goiás, viveu momentos de extremo desespero no último dia 23. Enquanto passeava em um parque do município com a sua babá, Hudson Filho, de apenas 1 ano e 8 meses, teve o braço mordido por um jacaré em um dos lagos do local. Depois de 15 dias internada, a criança recebeu alta nessa quinta-feira (8).

À TV Anhanguera, a família conta que mora há 20 anos bem em frente ao parque. Mas bastaram apenas 15 minutos para que o bebê tivesse o antebraço direito amputado pelo predador. “Ela [a babá] falou que estava sentada com ele quando viu um vulto de alguma coisa e, quando olhou, o bracinho dele já estava machucado. O primeiro gesto dela foi pegar a criança”, contou a mãe, Valdelice Andrade.

Um verdadeiro milagre

Ao ouvir os gritos do filho, a mãe só pensava em recebê-lo em seus braços ainda com vida. Para ela, seu desejo ter sido atendido foi um verdadeiro milagre. “É inexplicável [ele ter sobrevivido], porque ele estava sangrando muito. Eu falei: ‘Meu Deus, pode levar o bracinho dele, mas deixa ele'”, disse.

O pequeno Hudson teve que ser encaminhado de helicóptero ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira, em Goiânia. Ele passou por algumas cirurgias e os pais tiveram que decidir se os médicos deveriam reimplantar ou não o braço da criança. Por ser um procedimento de risco, no entanto, a família optou por não fazê-lo.

“O que é para equipe médica reimplantar um braço? Seria um mérito muito grande, mas colocaria a vida dele em risco”, conta Hudson Andrade, pai do bebê.

Jacaré é abatido e gera polêmica

Dois dias depois do ataque à Hudson, o jacaré foi abatido pela Polícia Militar de Goiás. A decisão de matar o animal, no entanto, ainda será investigada. Caso não seja confirmada legítima defesa, os militares que atiraram no réptil podem responder por crime contra a fauna, cuja pena é de detenção que varia de seis meses a um ano, além do pagamento de multa.

“Em tese, é crime, mas temos que analisar se foi pela legítima defesa de terceiros. Tem que investigar se o animal tentou atacar, mas foi embora. É preciso ter muito cuidado, não podemos ir atirando e matando não”, disse o delegado Luziano Severino de Carvalho, ao G1.

Depois do acidente, a Secretaria do Meio Ambiente de Porangatu se prontificou a instalar telas de proteção nos arredores do lago e alerta de “perigo” às pessoas que passarem no local.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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