Bolsonaro alerta para uma possível falta de alimentos no país e culpa governadores pela alta na inflação

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Bolsonaro mencionou governadores, prefeitos e indígenas como parte do problema (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alertou para uma possível falta de alimentos no ano que vem, em live nessa quinta-feira (7). Segundo o mandatário, o desabastecimento seria causado pela diminuição da oferta de fertilizantes pela China. O presidente ainda disse que a situação é “seríssima” e que o governo já está apresentando soluções para o problema.

“Mais um problema pela frente aqui. Esse aqui é seríssimo – se bem que estamos apresentando solução para o caso aqui”, começou o chefe do Executivo federal. Bolsonaro alegou que, devido a uma crise energética na China, os chineses começaram a produzir menos fertilizantes – que são comprados pelo Brasil e utilizados na agricultura – o que causaria problemas de abastecimento no ano que vem.

“Isso aí vai influenciar na agricultura. O homem do campo sabe o quanto de fertilizante tem que botar por hectare. Não adianta ele botar X menos Y que não vai dar certo”, continuou. “Como deve faltar fertilizante, por falta de oferta no mercado, ele vai plantar menos. Se vai plantar menos, vai colher menos, menor oferta, a procura igual ou um pouquinho maior, aumento de preço. Isso é para o mundo todo”, argumentou.

Diante da possibilidade de desabastecimento de alimentos, o presidente disse que conversou na semana passada com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, além do almirante Flávio Rocha, secretário Especial de Assuntos Estratégicos, para entender a situação dos fertilizantes no Brasil.

Culpa dos indígenas

Bolsonaro relatou que tomou café da manha nessa, quarta-feira (6), com 50 parlamentares da bancada da agricultura, juntamente com o almirante Rocha – que disse que apresentará um projeto sobre fertilizante no começo do mês que vem. Segundo o presidente, o Brasil tem matéria-prima, mas algumas reservas indígenas impedem parte da extração desse recurso.

“Por exemplo, foz do Rio Madeiro. Lá tem uma área grande onde existe potássio, mas que que temos lá? Reservas indígenas”, disse Bolsonaro. “Então temos um problema”, complementou.

Culpa dos governadores

Bolsonaro reclamou que parlamentares de esquerda, como do petistas, psolistas e pcdobistas, culpam ele pela inflação, pela crise e pelo desemprego, mas não se perguntam como agiram os governadores dos partidos durante a pandemia. O presidente também admitiu a alta nos preços no pais: “tá aí, ninguém nega”.

“O agronegócio, pessoal do campo, plantou milho, plantou feijão, soja. O agricultor familiar, muitos não plantaram porque não tinha para quem vender na cidade. Tem prefeito, governador que fechou feira livre, fechou supermercado e o cara vai plantar para que se não tem para quem vender. Deixou de plantar. E pra voltar a plantar não é de uma semana pra outra”, argumentou o mandatário.

Bolsonaro disse que o comércio deveria ter continuado a funcionar na pandemia – e reforçou que estava certo nessa questão, ao invés das pessoas que pediram para a população ficar em casa. “‘Fica em casa que a economia a gente vê depois’. Tô mostrando aqui que eu estava certo. Não tem bola de cristal não, é questão de bom senso”, alegou.

O presidente entrou rapidamente no tema de vacinas, mas mudou de assunto “para evitar problema”. “Já falam de uma nova variante do vírus e já estão fazendo uma nova vacina para essa variante”, questionou. “Mas não quero falar aqui muito em vacina para evitar problema”.

Edição: Vitor Fernandes

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