Documento sigiloso enviado a Bolsonaro projeta 5 mil mortes no Brasil até 6 de abril, diz Intercept

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Bols (Carolina Antunes/PR/Agência Brasil)

Um relatório produzido na última segunda-feira (23) pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) mostra que o Brasil pode ter 207.434 casos do novo coronavírus e 5.571 mortes até o dia 6 de abril. O estudo tem como base outros países, como China, Itália e Irã. O documento sigiloso foi obtido pelo site The Intercept Brasil.

Segundo o site, o último relatório da agência (leia aqui) foi entregue para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite da última segunda-feira (23). Mesmo informado do cenário catastrófico e alertado pela Abin que as medidas de contenção são necessárias, o chefe do Executivo minimiza a pandemia, pedindo o fim do isolamento.

Para a agência, as medidas de quarentena são primordiais para tentar frear a disseminação do vírus. “Coréia do Sul, Irã e China conseguiram mudar a direção da reta, provavelmente depois da adoção de medidas de contenção”, escreveu a Abin no documento mais recente, concluído às 22h10 dessa segunda-feira.

Na continuação do documento, a Abin explica que “a taxa de letalidade no Brasil ainda é baixa quando comparada a outros países e aos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde)”, ressaltando que “é importante considerar que o país se encontra no início da epidemia”.

Sobre as UTI’s pelo país, a Abin fez uma projeção sobre a demanda por leitos, caso a curva da epidemia no Brasil seja parecida com a de Irã, Itália e China. A agência avalia que, nesse caso, 10.385 leitos, ou 17,4% dos quase 60 mil disponíveis no país, estarão ocupados com pacientes graves da Covid-19.

Usando a mesma curva de progressão dos três países citados acima, a Abin projetou a mortalidade para daqui duas semanas, até o dia 6 de abril. Caso o novo coronavírus se propague no Brasil com a mesma velocidade que se espalhou pela China, Itália e Irã, o país chegará na data prevista com 5.571 mortos e 207.435 casos da Covid-19.

Em outro cenário, menos turbulento, mas menos provável de ocorrer, a epidemia cresceria com as mesmas taxas vistas na França e Alemanha. Os dois países tomaram medidas mais severas contra o vírus, com isolamento quase que total dos cidadãos. De qualquer modo, ainda chegaríamos a data citada com 2.062 mortes.

O The Intercept ainda explica que as projeções da Abin são feitas todos os dias a partir de números divulgados pelo Ministério da Saúde e de comparações feitas com o avanço da epidemia em outras nações. Com isso, os dados podem variar muito de um dia para o outro. Na análise do dia anterior, 22 de março, a Abin projetava 8.621 mortes até 5 de abril. Os números não são definitivos, mas mostram a gravidade da situação.

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