Bolsonaro prevê normalização em até quatro meses e provoca Mandetta: ‘O paciente pode trocar de médico’

Bolsonaro preve normalização e prova mandetta
Presidente também sugeriu que população cobre fim do isolamento horizontal de governadores e prefeitos (Jair Messias Bolsonaro/Facebook/Reprodução)

Em sua live semanal transmitida pelo Facebook, Jair Bolsonaro afirmou nessa quinta-feira (9) que espera a normalização de atividades no Brasil em “três ou quatro meses”. Ele também provocou o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com quem tem trocado farpas desde o início da pandemia.

Segundo Bolsonaro, a retomada da rotina do país dentro de quatro meses evitaria uma complicação no cenário econômico. O presidente também mencionou os gastos no combate ao coronavírus e manutenção de renda do cidadão, em uma comparação com a situação de um rio após a destruição de uma ponte.

“Estamos com esses R$ 600 bilhões mantendo a comunicação com as duas margens do rio, só que temos um limite. Acredito que três meses ou quatro meses fica complicado, então a gente espera que as atividades voltem antes disso”, afirmou.

Responsabilização de estados e municípios

O Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nessa quarta-feira (8) que estados e municípios tem autonomia para impor isolamento social. A decisão reforça o poder de governadores e prefeitos, enquanto garante que o governo federal não “afaste unilateralmente” as medidas adotadas pelos executivos locais.

A ordem do Ministro foi mencionada na live de Bolsonaro, que ressaltou que alguns estados e cidades têm retomado as atividades, como ele defende. Contra o isolamento horizontal, o presidente orientou a população, que se sentir prejudicada pela quarentena, a cobrar ações dos prefeitos e governadores.

“Eu tenho certeza que brevemente isso tudo estará resolvido. Tenho notícias que alguns governadores, alguns prefeitos também, [em] cidades que não tem ninguém detectado com o vírus, está sendo liberado [o comércio] pelo respectivo governador”, afirmou.

Mandetta x Bolsonaro

O presidente tem entrado em embate com Mandetta desde o início da pandemia. Os dois parecem não concordar em relação às medidas adequadas no combate à crise. Mandetta tem priorizado o isolamento horizontal, enquanto Bolsonaro afirma que a medida é exagerada.

Com a escalada da tensão entre os dois, boatos sobre a demissão de Mandetta tem circulado. Segundo o jornal O Globo, o presidente havia tomado a decisão de afastar o Ministro na última segunda-feira (6), mas voltou atrás.

No entanto, durante a live, Bolsonaro deu a entender que o afastamento de Mandetta não está totalmente descartado. “O médico não abandona o paciente, mas o paciente pode trocar de médico”, comparou. A analogia do presidente fez referência a uma frase de Mandetta, que ao ser questionado se deixaria o cargo, afirmou que “o médico não abandona o paciente”.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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