O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que a vacinação contra o novo coronavírus será voluntária “no que depender” do governo federal. A afirmação foi feita durante a live que realiza semanalmente às quintas-feiras. Bolsonaro voltou a questionar a eficácia do imunizante dizendo que não se sabe por quanto tempo a pessoa não poderá ser infectada. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, estava na transmissão.
“Deixar bem claro, a vacina será de graça e no que depender de nós, [a vacinação será] voluntária. Ninguém vai ser obrigado a tomar a vacina. Não quer? É um direito seu. Não temos comprovação. Se fosse um remédio que não fizesse mal e, comprovadamente, não tivesse efeito colateral eu não obrigaria a tomar, quem dirá algo emergencial”, disse.
Bolsonaro ainda disse que ele não é o culpado pela vacinação não ter começado no país. “A questão da vacina não é atraso meu e nem da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Até domingo (17) deve ser apresentado um relatório certificando, ou não, duas vacinas”. O presidente destacou o trabalho realizado pela agência afirmando que ela é “independente”.
Uma das vacinas que está para ser liberada é a Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e que, no Brasil, é fabricada pelo Instituto Butantan. A eficácia do imunizante é de 78% em casos leves. Já os casos moderados e as mortes foram completamente evitados. Mesmo sabendo destes dados, o ministro da Saúde não questionou o presidente sobre a falta de dados com relação aos imunizantes.
Cloroquina
Bolsonaro, mais uma vez, defendeu o uso da hidroxicloroquina no tratamento da doença. O medicamento não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus. O ministro Pazuello corroborou afirmando: “É um absurdo pleiteando a pessoa que tem Covid ficar em casa, esperar agravar e depois vá para um tubo”. Segundo o responsável pela pasta, de cada 10 pacientes entubados, sete morrem.
Em um dos trechos da live, Bolsonaro contou que tem pedido saúde a Deus para terminar o mandato de presidente. “Peço a Deus para me dar saúde para concluir os quatro anos de mandato. Só Deus me tira daqui. Tem uns 40 processo de impeachment. Algum é por corrupção, abuso de autoridade? É questão politiqueira”.