O jornalista da TV Globo Caco Barcellos foi hostilizado e agredido, nessa quarta-feira (16), por manifestantes em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Sob gritos de “golpista”, o apresentador do programa “Profissão Repórter” foi atingido com garrafas e com cones de trânsito. Ele tentava cobrir os protestos de servidores do Estado do Rio contra o pacote de ajuste fiscal proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão.
Segundo informou a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), um repórter do jornal O Globo também sofreu agressões na cobertura do protesto.
Um dos manifestantes registrou, em vídeo, o momento das agressões contra o jornalista da TV Globo. Barcellos começou a ser hostilizado quando entrevistava, ao lado de um cinegrafista, uma servidora pública na escadaria do prédio principal da Alerj. Nesse momento, um pequeno grupo de manifestantes começou a vaiá-lo e a entoar o coro de “golpista”.
No minuto seguinte, mais manifestantes investiram contra o jornalista, que ficou cercado. Após serem atingidos por objetos, os profissionais da TV Globo foram conduzidos para fora do cerco.
Quando Barcellos caminhava para longe dos protestos, alguns manifestantes insistiam em segui-lo, inclusive, o atacando com cones de trânsito. No caminho, dois policiais militares chegaram para escoltar o jornalista e o cinegrafista, dispersando os agressores com gás de pimenta.
Em nota, a Abraji repudiou as agressões e cobrou investigação pelas autoridades competentes:
“A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Abraji, repudia as agressões contra dois repórteres que cobriam o protesto de servidores públicos em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro na tarde desta quarta-feira (16.nov.2016). O jornalista Guilherme Ramalho, de O Globo, foi atacado com pontapés quando manifestantes identificaram um adesivo do jornal em seu telefone celular. Ele conseguiu correr, mas foi atingido com socos e perdeu os óculos. Um pouco mais tarde, o repórter Caco Barcellos, da TV Globo, foi cercado e expulso do local. Os manifestantes atiraram-lhe água, garrafas de plástico e até cones de sinalização viária. A Abraji repudia esses ataques e apela aos manifestantes que preservem o trabalho da imprensa. A livre informação é a principal arma de uma sociedade em luta democrática. A Abraji orienta os repórteres a registrarem as agressões junto à Polícia Civil, e pede que os agentes investiguem as ocorrências. Aos policiais militares, a Abraji pede que ajude os profissionais da imprensa a fazerem a cobertura dos protestos com segurança”.
