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VÍDEO: Caixão com corpo de agente de saúde é levado para tomar ‘banho’ em rio; entenda

06/06/2024 às 16h57
caixão em rio de manaus
Caixão carregado em rio de Manaus é tradição de comunidade local (Reprodução/X)

Um grupo de pessoas foi visto levando um corpo em um caixão para um rio em Santa Izabel, comunidade quilombola de Cândido Mendes (MA). O vídeo do momento circula nas redes sociais nesta quinta-feira (6). O filho do morto explicou que o “banho” foi um pedido do pai.

No registro, um grupo de pessoas aparece carregando o caixão sob os ombros e entrando dentro do rio enquanto celebravam e seguravam garrafas. Assista:

Ao g1, Aécio Oliveira, filho de Alex dos Santos Oliveira, que morreu nesse domingo (2), contou que o ato é uma tradição do povoado deles. O agente de saúde tinha 44 anos e morreu após sofrer um aneurisma cerebral.

Aécio queria todos felizes no enterro

Segundo o filho, a comunidade passa com o caixão dentro do rio toda vez que alguma pessoa morre. Aécio disse que o pai queria todos felizes no enterro dele, e que tivesse música. .

O caixão com o corpo de Alex foi carregado por amigos e familiares no rio Gapó. Na passagem, os presentes jogaram água sobre o caixão, tomaram bebida alcóolica, gritaram e riram enquanto se despediam do agente de saúde.

Um amigo de Alex, o comerciante Haynir Pereira, disse que o rio fez parte da infância do agente de saúde. Segundo ele, Alex foi criado tomando banho no rio e tinha muito amor por ele.

De acordo com Haynir, a tradição é centenária e ancestral e veio de seus antepassados que tinham pouco tempo para enterrar os entes queridos pois tinham que voltar para a lavoura. “Então eles faziam aquele percurso, de carregar o morto até o cemitério”.

O comerciante acrescentou que o grupo não desrespeitou Alex, e sim, deu seguimento a uma tradição milenar, construída por quilombolas. “Eles foram com alegria, bebendo cachaça, batendo com galhos de mato nas costas dos outros, para transparecer que foi com alegria que ele viveu”.

Andreza Miranda

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).
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Andreza Miranda

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Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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