Moradores de Minas Gerais e de outros estados do Brasil poderão presenciar a olho nu uma chuva de meteoros nos dias 12 e 13 de dezembro. A chuva Geminids (ou Geminídeas) será a maior de 2024, com até 150 meteoros por hora no momento de pico.
De acordo com o Observatório Nacional, as Geminídeas ocorrem anualmente entre os dias 2 e 21 de dezembro. O fenômeno deve seu nome à constelação de gêmeso, onde está o seu radiante (ponto no céu de onde os meteoros parecem surgir).
As Geminídeas são conhecidas por sua luminosidade, intensidade, cores intensas e principalmente pela produção de bólidos (ou bolas de fogo). No entanto, a velocidade dos meteoros, de cerca de 35 quilômetros por segundo, não favorece a formação de rastros persistentes.
“Uma característica interessante desta chuva é que ela pode ser observada antes da meia-noite, pois o radiante já está bem posicionado a partir das 22h em regiões mais ao norte do país. Isso torna a observação mais acessível, especialmente para quem prefere não virar a noite. No hemisfério sul, o espetáculo ocorre com menor intensidade, sendo melhor e mais visível no meio da madrugada”, destaca Marcelo de Cicco, coordenador do Projeto Exoss, parceiro do Observatório Nacional (ON/MCTI).
Apesar da intensidade da chuva de meteoros, a visibilidade deve ser reduzida por causa da Lua cheia. Ainda assim será possível observar um bom número de eventos, especialmente se o céu estiver limpo.
Como observar a chuva de meteoros?
Para observar a chuva de meteoros Geminídeas, os astrônomos recomendam ir para locais com pouca poluição luminosa, direcionando o olhar para longe da Lua, que estará muito brilhante nas noites de pico.
Mesmo com o impacto da luminosidade lunar, é possível que meteoros mais brilhantes e bólidos sejam visíveis, especialmente nas primeiras horas da madrugada. É importante esperar até que os olhos se adaptem à escuridão — cerca de 20 minutos são suficientes. Não é necessário o uso de telescópios ou binóculos. O ideal é deitar em uma cadeira de praia e sentir-se confortável para esperar que os meteoros apareçam.
Origem
Luciana Fontes, colaboradora do Exoss, destacou que, diferentemente de outras chuvas de meteoros, que geralmente são associadas a cometas, as Geminídeas têm como objeto parental o asteroide 3200 Phaethon. Este corpo celeste, quando mais próximo ao Sol, ejeta grãos e partículas que ao longo das eras acabam por penetrar na atmosfera terrestre e produzem os belos rastros luminosos no céu. E, conforme as últimas pesquisas, a atividade desta chuva está aumentando a cada ano, tendo a perspectiva de atingir seu máximo em torno de 2050.