Comitê pede cancelamento, mas governador do RJ diz que ‘Carnaval na Sapucaí vai acontecer’

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Na última sexta-feira o comitê científico do estado recomendou o cancelamento da festa (Fernando Grilli/Riotur)

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (Partido Liberal), se mostrou favorável à realização do tradicional desfile das escolas de samba no Sambódromo da Marquês de Sapucaí – mesmo com o pedido do comitê científico do estado para que a festa seja cancelada. Em entrevista ao telejornal Bom Dia Rio nesta segunda-feira (10), Castro esclareceu que a atual situação epidemiológica que o estado enfrenta não é um impeditivo para a realização do evento.

“A posição oficial do governo estadual, hoje, é de que o carnaval de rua não vai acontecer e todos os outros carnavais, em que a gente consiga fazer o controle, inclusive o da Marquês de Sapucaí, vão acontecer”, disse ele, que reforça que ainda não há uma determinação oficial para a realização da festa.

“Algumas pessoas do conselho, que é consultivo, opinaram. Não foi uma opinião oficial, não tem nem ata publicada. Nós entendemos que, por ser um conselho plural, alguns vão concordar e outros vão discordar”, pontuou.

‘Internação mínima’

Só na primeira semana de 2022, o estado do Rio de Janeiro registrou mais que o dobro de caos de Covid-19 que haviam sido notificados durante todo o mês de dezembro. Para Cláudio Castro, o aumento no número de infecções após as festividades de fim de ano não é uma barreira para a realização do Carnaval, uma vez que o índice de internações em decorrência da doença é baixo.

“Os números da Covid-19 mostram uma infecção grande, mas uma internação mínima. A ômicron é a mais leve de todas as variantes, sem impactos em internações. Ela é mais similar a uma gripe do que a uma pneumonia, como foram as outras cepas. A Secretaria de Saúde não vê motivos para cancelar o carnaval, então ele está sim mantido”, declarou.

Infectologistas sugerem cancelamento

Em reunião na última sexta-feira (7), especialistas do comitê científico para o enfrentamento da pandemia no Rio de Janeiro recomendaram a não realização ou adiamento dos desfiles na Sapucaí. Um documento com a orientação seria encaminhado à Secretaria Estadual de Saúde do Rio.

“Não vivemos em uma bolha. Nesse quadro atual, não dá para ter carnaval de rua ou na Sapucaí. Proponho que haja uma discussão com a sociedade”, disse o infectologista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Roberto Medronho, em entrevista à GloboNews.

“Sei que há a questão econômica. Mas qual o preço que a sociedade está disposta a pagar? Não é possível manter um afastamento mínimo entre as pessoas em grandes eventos, como na Sapucaí. O debate envolve uma questão ética em que se pesem a Economia, a Saúde e a Cultura”, acrescentou.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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