A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, “deu carona” a sete parentes da primeira-dama Michelle Bolsonaro em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), contrariando um decreto do governo federal. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta segunda-feira (25).
De acordo com a publicação, Damares solicitou um avião para uma viagem de Brasília a São Paulo no dia 21 de agosto, um sábado. A justificativa era um evento do Pátria Voluntária, programa social coordenado por Michelle Bolsonaro, que também viajou com a ministra.
Além da ministra e da primeira-dama, a aeronave levou o maquiador e influenciador digital Agustin Fernandez; a filha mais velha, três irmãos, uma cunhada e dois sobrinhos de Michelle; e Sarita Pessoa, mulher do ministro do Turismo, Gilson Machado. O mesmo grupo também voltou para Brasília em voo oficial.
Na noite de sábado, ainda segundo o jornal, Michelle e Damares participaram da comemoração do aniversário de Agustin em um restaurante em Moema, que contou com um bolo de quatro andares, mesa de doces, espumantes, vinhos e uma cabine de fotos.
Viagem contraria decreto
A “carona” de avião dada a parentes de Michelle Bolsonaro contraria o decreto nº 10.267 do governo federal, de 5 de março de 2020, que prevê que “a comitiva que acompanha a autoridade na aeronave do Comando da Aeronáutica terá estrita ligação com a agenda a ser cumprida, exceto nos casos de emergência médica ou de segurança”.
O texto foi atualizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) depois que ele considerou uma viagem do então secretário-executivo da Casa Civil, José Vicente Santini, “completamente imoral”. Na ocasião, Santini usou um avião da FAB para ir a uma reunião do Fórum Econômico Mundial, na Suíça, e depois seguiu viagem para a Índia.
Ele foi exonerado pelo presidente depois de o caso vir à tona na mídia, mas logo recebeu outro cargo no Palácio do Planalto (relembre aqui). Hoje, José Vicente Santini é secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça.