A Polícia Civil de São Paulo indiciou o ex-diretor de RH da Record Márcio Santos por suspeita de assediar sexualmente o jornalista Elian Matte. A investigação começou há meses, após denúncia do editor.
Márcio Santos teria assediado Elian Matte, de 32 anos, que era editor da equipe de Roberto Cabrini. O gestor permaneceu no cargo até o fim do ano passado, quando o caso ganhou repercussão no Brasil inteiro e a emissora o afastou.
Antes de registrar a ocorrência, Matte teria procurado a cúpula de jornalismo e do canal para relatar o que estava sofrendo entre 2022 e 2023. Por não ter a denúncia validada internamente, decidiu recorrer à polícia. O jornalista teria entregado a Rogério Luis Marques, delegado responsável pelo caso, cópias de mensagens de celular.
Ao todo, a Polícia Civil ouviu cinco pessoas e, após analisar as provas e os depoimentos, Rogério reconheceu a autoria e materialidade da denúncia.
Matte segue trabalhando na Record em regime home office. O motivo envolve os problemas de saúde desenvolvidos dentro da empresa. Em um dos laudos, há um diagnóstico de burnout e estresse pós-traumático.
Andamento do processo
Agora, resta o Ministério Público designar o processo para um promotor ou promotora, que vai analisar o caso e decidir se apresenta a denúncia à Justiça.
Caso o MP siga com o processo, Márcio tem alguns recursos disponíveis no judiciário. Um deles, é o benefício da transação penal, usado para encerrar o caso imediatamente em processos que envolvem réus primários.
Isso pode ocorrer em crimes de menor potencial ofensivo, como é o caso de Elian Matte. Ou seja, o diretor poderia pagar uma determinada quantia ou prestar serviços comunitários para finalizar o processo.
Esse teria sido o mesmo recurso utilizado por Thiago Feitosa. O diretor de jornalismo da Record News foi acusado de assédio sexual contra a jornalista Rhiza Castro, na época em que a mineira era apresentadora do canal
Para encerrar o caso, Feitosa pagou R$ 26 mil ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente em São Paulo e só deixou o cargo também quando o caso ganhou repercussão nacional, em novembro do ano passado.
