Vinícius Hayden Witeze, ex-assessor que denunciou o vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ) por assédio sexual e moral contra adolescentes, morreu na noite desse sábado (28) em um acidente de trânsito. O carro dele capotou na RJ-130, que liga a cidade de Teresópolis a Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
De acordo com a Polícia Civil do estado, os agentes realizaram perícia no local e tudo indica que Vinícius Hayden perdeu a direção ao entrar em uma curva na rodovia. Uma mulher, ainda não identificada, estava no carro e sobreviveu ao acidente.
Ela foi ouvida e, ainda segundo a corporação, descartou qualquer tipo de intervenção de terceiros no acidente. A polícia ainda atua para apurar as circunstâncias do acidente e o caso foi registrado na 110ª DP, em Teresópolis.
Em publicação feita no Twitter neste domingo (29), o vereador Gabriel Monteiro se pronunciou sobre a morte do ex-assessor. “Após tentarem me forjar em estupros, pedofilias, assédios, e mil outros crimes. Vão falar que eu o matei. De coração, que ele esteja com Deus. Imagino a dor dos seus pais, pessoas maravilhosas”, escreveu.
Após tentarem me forjar em estupros, pedofilias, assédios, e mil outros crimes. Vão falar que eu o matei. De coração, que ele esteja com Deus. Imagino a dor dos seus pais, pessoas maravilhosas.
— Gabriel Monteiro (@GMonteiroRJ) May 29, 2022
Denúncia
O ex-assessor prestou depoimento contra Gabriel Monteiro na quarta-feira (25), ao Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, usando colete à prova de balas. Vinícius Hayden ainda disse que estava sofrendo ameaças após denunciar o vereador.
Em depoimento dado antes à polícia, ele disse que o parlamentar não ligava para a política, e que seu foco era a produção de vídeos para ganhar dinheiro na internet. Hayden também reforçou que Gabriel sabia que a adolescente que aparece em um vídeo íntimo com ele era menor de idade.
Gabriel Azevedo virou réu na Justiça do Rio de Janeiro neste mês, por ter filmado o momento íntimo com a adolescente de 15 anos. A denúncia foi aceita no início deste mês pelo juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho, que deu prazo de dez dias para apresentação de defesa.
Segundo o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), o crime ocorreu aproximadamente cinco meses após o primeiro encontro do vereador com a adolescente. A denúncia também aponta que ele usou o próprio celular para filmar a cena.
Em 7 de abril, o vereador depôs à Polícia Civil e alegou ser inocente. Ele afirma que o sexo e a filmagem foram consensuais e que a moça disse ter 18 anos.
Além de se tornar réu em função do vídeo vazado, o vereador passa por um processo ético-disciplinar que investiga quebra do decoro parlamentar no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.