Repórter do Fantástico e ex-Globo Minas, Tábata Poline desabafa após ser alvo de atitude racista em loja de roupas

tabata poline shopping rio sul
À esquerda, Tábata durante cobertura na Globo. À direita, shopping onde fica loja alvo da denúncia. (Reprodução/@tabatapoline/Instagram + Reprodução/Google Street View)

Atualização às 14:30 do dia 11/07/2022 : Atualizado para incluir nota divulgada pelo Shopping Rio Sul.

A jornalista Tábata Poline, repórter do Fantástico e ex-apresentadora da Globo Minas, denunciou pelo Twitter que foi alvo de uma atitude racista por parte de vendedoras de uma loja de roupas. Ela contou que cinco profissionais a olharam dos pés à cabeça e decidiram não atendê-la, apesar de terem recebido adequadamente outras clientes.

O caso aconteceu na loja na My Place, do shopping Rio Sul, um dos mais badalados centros de compras do Rio de Janeiro.

“CINCO vendedoras me olharam dos pés a cabeça e decidiram não me atender. Meu marido quis brigar e eu não deixei (deveria). Só saí. Outras clientes chegaram. As CINCO foram até elas”, publicou no Twitter.

O BHAZ entrou em contato com a My Place do Rio Sul por telefone. A gerente da loja disse que desconhecia o fato e preferiu não se pronunciar.

O shopping informou que tomou conhecimento do episódio por meio das através das redes sociais , e reforçou que a conduta não condiz com os valores do estabelecimento. “O shopping afirma ainda que está apurando os fatos narrados junto à loja para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas”, diz nota do Rio Sul (leia na íntegra abaixo).

Tábata é procurada pela loja

Após a repercussão do desabafo, a loja entrou em contato com a jornalista por meio das redes sociais. Uma gerente responsável pela My Place pediu desculpas em nome da marca e lamentou o ocorrido. “Quero me comprometer com você e com todos, de olhar e cuidar pessoalmente, com pessoas capacitadas em seus lugares de fala, em desenvolver medidas que preparem nosso time para que cenas como essa não se repitam”, escreveu.

Tábata Poline retornou a mensagem explicando com mais detalhes o ocorrido. Ela argumentou que na Zona Sul do Rio de Janeiro atitudes como a que ela presenciou na loja são corriqueiras.

“Manter esse tipo de postura fortalece um sistema que mata pessoas todos os dias. Mata literalmente colocando muitos em caixões. E também mata emocionalmente. Eu tenho um trabalho pautado pelos direitos humanos e não quero, em hipótese alguma, ganhar holofotes por causa da dor que o racismo me causa. Ao contrário, uso meu trabalho para conscientizar pessoas e denunciar”, respondeu a jornalista à mensagem enviada pela My Place.

Tábata ainda disse que espera que os colaboradores da loja sejam treinados e capacitados a entender a realidade do país em que vivem e trabalham.

Tweet repercute

A publicação rendeu comentários de indignação e de apoio à jornalista mineira. Colegas de profissão e seguidores manifestaram solidariedade a Tábata e muitos relataram ter vivido experiências parecidas.

“Racismo paralisa. Não se culpe por não reagir a tudo porque cansa… exaure as forças. Tem dias que simplesmente não dá. Racismo é mina terrestre. Explode quando a gente menos espera”, respondeu a jornalista Eliana Alves Cruz.

“Um dia entrei numa loja e ninguém veio me atender. Peguei o que queria, provei, cheguei no caixa, o dono perguntou quem me atendeu eu disse ninguém. E ele olhou pras funcionárias e falou ‘fica escolhendo clientes que vocês não ganham nada’, acabou que me deu desconto e ninguém ganhou”, escreveu outra internauta.

Nota do Shopping Rio Sul

“O RIOSUL Shopping Center informa que tomou conhecimento através das redes sociais do lamentável episódio em uma de suas lojas e reforça que este tipo de conduta não condiz com os valores do estabelecimento. O shopping afirma ainda que está apurando os fatos narrados junto à loja para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas”.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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