Falso massagista é preso por abuso sexual após denúncia de influenciadora

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Em dezembro do ano passado, Bruna Wright denunciou o abusador à polícia e fez depoimento no Instagram (Reprodução/@ttprabruna/Twitter + Reprodução/@bruuwright/Instagram)

Um homem que se passava por massagista para abusar sexualmente de influenciadoras digitais foi preso nessa terça-feira (19), no Rio de Janeiro. O abusador, conhecido como Calainho, oferecia permutas de massagens para as blogueiras. Ele chegava a fingir que era homossexual para conseguir a confiança das vítimas. Em dezembro do ano passado, a influenciadora Bruna Wright denunciou o abuso que sofreu dele.

A permuta é uma prática recorrente entre influenciadoras digitais e marcas. Matheus Calainho Cyranka, de 26 anos, se aproveitava disso e propunha que as blogueiras divulgassem o trabalho dele em troca de serviços estéticos. Bruna Wright, 21 , foi uma das vítimas. Ela denunciou, em dezembro do ano passado, o abuso sexual que sofreu, e depois foi ao Instagram contar o ocorrido, para alertar outras mulheres.

Segundo Bruna Wright, o falso massagista entrou em contato com ela por e-mail, em nome de uma empresa de estética, e ofereceu a permuta. A influenciadora digital aceitou e marcou a massagem no apartamento dela. De acordo com a jovem, uma amiga estava na residência no dia, entretanto a colega tomava banho no momento em que o abuso ocorreu.

“Ele começou a fazer massagem, comecei achar um pouco estranho, eis que olho pelo espelho, ele estava se masturbando enquanto fazia massagem em mim. Quando eu vi a situação, parti para cima dele, expulsei ele de casa, peguei a toalha e comecei a bater nele, ‘seu nojento, sai’. Ele foi embora muito rápido”, relatou Bruna. Ela ainda contou que Matheus recomendou que ela não fizesse no período menstrual para evitar desconforto.

Outras vítimas de Calainho

De acordo com Bruna, outras mulheres relataram que o mesmo homem havia entrado em contato com elas, porém se identificando com o primeiro nome. Outras mulheres contaram que também sofreram abuso de Matheus Calainho Cyranka. “Totalmente invasivo. Subiu muito a mão, aí fiquei super nervosa, fui saindo e falei que estava desconfortável” disse uma das vítimas à Bruna Wright.

Após a denúncia de Bruna Wright na delegacia, a polícia do Rio de Janeiro prendeu ontem Matheus Calainho Cyranka. Conforme informado pela delegada Carolina Medeiros ao Universa, o abusador foi preso em sua residência. As investigações deram conta de que Matheus se passava por homossexual para que assim as vítimas não desconfiassem.

“O crime pelo qual vai responder é de violação sexual mediante fraude, com pena de dois a seis anos de reclusão. Como até o presente momento, temos sete vítimas, ele pode ser condenado até 42 anos de prisão, mas acreditamos que mais vítimas vão aparecer”, disse a delegada. A Justiça expediu um mandato de prisão contra Matheus, que resultou em seu encarceramento ontem.

Depois do relato de Bruna Wright, outras mulheres começaram a se manifestar nas redes sociais, dizendo conhecer Matheus Calainho Cyranka ou até mesmo terem sido vítimas. Um homem chegou a dizer “Matheus Calainho sempre fez merda mas nunca foi pego, agora vai se f*der muito tomara que fique preso esse moleque é nojento”. Veja mais comentários e alertas que algumas mulheres postaram na época sobre o abusador:

‘Vão depor, faz muita diferença’

No Instagram, Bruna Wright disse que estava feliz com a prisão de Matheus Calainho Cyranka, e fez um pedido. “Queria pedir aqui para as meninas que denunciaram, que vieram falar comigo na época, a gente ainda precisa de depoimento para conseguir que ele tenha uma pena maior, para conseguir ter mais notoriedade dentro do caso. Então as meninas que vieram falar comigo e que não foram denunciar ainda, por favor, vão depor, faz muita diferença”.

“Estou me sentindo muito bem mesmo, é muito bom esse sentimento de justiça. E eu quero agradecer do fundo do meu coração por toda a rede de apoio na época, foi muito necessário, por todas as meninas que tiveram coragem de se abrir comigo. E os policiais, os delegados que foram nota mil, incríveis, o Bruno [Dauaire] também que é deputado aqui do Rio e secretário dos direitos humanos, que também foi demais”, completou.

Edição: Roberth Costa
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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