Luz no fim do túnel? Fiocruz projeta possível ‘fim da pandemia’ para o começo de 2022

fim da pandemia
De acordo com o instituto, para que o cenário continue a avançar de forma positiva, as medidas sanitárias não devem ser abandonadas (Amanda Dias/BHAZ)

Que a pandemia da Covid-19 foi um divisor de águas na vida de todos, não resta a menor dúvida. Tanto é que muita gente parece ter dificuldade de se lembrar como era a rotina antes do fatídico março de 2020. E a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) – que desde o início da pandemia tem sido uma das principais aliadas no combate à doença – acaba de dar uma pontinha de esperança pra quem não vê a hora de retomar a “vida normal”: o fim da pandemia pode estar próximo.

É que, conforme pesquisadores da instituição apontaram no último boletim quinzenal de monitoramento da Covid, o fim desse “inimigo invisível” pode chegar em breve. “A ‘luz no fim no túnel’ vai se tornando mais próxima e, com a expansão da vacinação, há fortes motivos para se acreditar no fim da pandemia até os primeiros meses de 2022”, diz trecho da publicação.

“Entretanto, o momento exige cautela para se evitar reveses indesejáveis. O fim da pandemia não representará o fim da ‘convivência’ com a Covid-19, que deverá se manter como doença endêmica e passível de surtos mais localizados”, acrescentam os pesquisadores.

Ainda de acordo com o instituto de pesquisa, para que o cenário continue a avançar de forma positiva, “medidas como o uso de máscaras, distanciamento físico e higiene constante das mãos continuarão sendo importantes, ainda por algum tempo, em ambientes fechados ou naqueles abertos com aglomeração”.

Dois cenários possíveis

Para o médico infectologista Leandro Curi, neste momento é possível vislumbrar dois cenários distintos: um positivo e outro negativo. “No primeiro, acredito que sim, os números estão mostrando que realmente dá para a gente vislumbrar um futuro sem Covid. A gente vê isso pela própria transmissão e ocupação de leitos diminutos e o número de óbitos que vem diminuindo drasticamente à medida que a vacinação avança”, disse ao BHAZ.

“Além disso, temos novos fármacos que estão sendo desenvolvidos e que diminuem a chance de ter Covid, mas que ainda estão no campo de pesquisa. Então é bem fácil vislumbrar esse momento”, acrescenta o infectologista.

Em uma perspectiva mais “pessimista”, o especialista frisa que não devemos esquecer das novas variantes da doença, que podem vir a surgir caso as medidas sanitárias sejam abandonadas. “Também podemos ter uma trágica mudança de rumo com uma variante que apareça – como apareceram tantas outras – que vá desviar do bloqueio vacinal, que é uma chance que eu vejo em menor possibilidade”, explica.

Esforço coletivo

Segundo a Fiocruz, o Brasil registrou uma redução de 27,7% no número de internações por Covid e uma queda de 42,6% nos óbitos nas últimas semanas. Apesar disso, o grupo de idosos permanece entre os casos graves e fatais: 57% das internações e 79% dos óbitos ocorreram nessa faixa.

Para aumentar as chances de atingirmos, em breve, um cenário ainda mais favorável, Leandro acredita que a solução é simples: vacinação. “Eu não diria que acabaremos com a Covid, ela vai continuar presente na humanidade por um bom tempo, a ponto de a gente precisar se revacinar várias vezes daqui pra frente ainda”, ressalta.

“Mas eu acredito que o empenho da ciência, da população e dos governantes – ou pelo menos da maioria deles – em construir e distribuir vacinas é o caminho que vai nos levar a conseguir vitória nessa guerra biológica”, acrescenta.

Todo cuidado é pouco

Além disso, este está longe de ser o momento de deixarmos as máscaras em casa ou descuidar na hora de higienizar as mãos. Para o especialista, todo cuidado ainda é pouco.

“Qualquer pessoa infectada é um possível laboratório de Covid e de variantes. Então, além da vacina – que a gente viu que diminuiu bastante a infecção – outras diretrizes que a gente vem sempre batendo na tecla merecem atenção e destaque”, conclui.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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