Caixa idosa de supermercado faz xixi na roupa após ser impedida de ir ao banheiro

funcionária faz xixi na calça rj
Idosa de 69 anos tentou rendição para ir ao banheiro por mais de uma hora (Reprodução/Redes sociais)

Uma funcionária de supermercado da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, fez xixi nas calças após ser impedida de ir ao banheiro durante o expediente.

O episódio foi no dia 3 de dezembro e gerou indignação ao viralizar nas redes sociais nesta semana. A funcionária, de 69 anos, trabalha há dez na empresa e afirma que se sentiu humilhada com a situação.

Segundo o Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro (SECRJ), que acompanha o caso, a mulher começou a jornada às 7h. Às 9h, acendeu a luz sinalizando querer ir ao banheiro, mas foi orientada a esperar.

Uma hora depois, ainda sem ter sido atendida, acendeu a luz novamente, várias vezes, a cada 15 minutos. O fiscal responsável seguiu dizendo que ela deveria aguardar.

Idosa ficou ‘desorientada’

Em função da longa espera, a idosa não aguentou e acabou urinando ali, na frente de todos os funcionários e clientes. Segundo contou ao sindicato, ela chegou a ficar desorientada com o trauma.

Em um vídeo, a funcionária narra a situação. “O que foi que aconteceu? Que o xixi saiu todinho. Estou desde as 9h pedindo o banheiro. Me mijei todinha”, diz. “Falta de consideração com o funcionário”, completa ao lado de uma fiscal, que diz não ter culpa.

A trabalhadora chegou a relatar o caso ao RH da empresa, mas não teve uma resposta satisfatória. Depois disso, ainda foi na ouvidoria da loja.

Outras denúncias

“Infelizmente, esse não é um caso isolado. A gente já recebeu outras denúncias de trabalhadoras que sofrem com essa situação, de ter que ficar esperando ser substituída para poder ir ao banheiro. É um absurdo isso ainda acontecer, hoje em dia, e vamos cobrar das empresas”, diz Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários.

“O uso do banheiro não pode ser restrito ou controlado pelas empresas. É uma questão de necessidade. Independente da atividade exercida pelo trabalhador ou trabalhadora. O departamento jurídico já está atendendo a comerciária e tomando todas as iniciativas sobre essa situação extremamente constrangedora”, avalia Paulo Henrique, diretor jurídico do Sindicato.

Com a repercussão do caso, a empresa entrou em contato com o sindicato, que pediu esclarecimento sobre o caso. O SECRJ questionou quais serão as iniciativas para impedir que situações como essa ocorram novamente.

O que diz a rede de supermercados?

Por meio de nota ao BHAZ, o Assaí Atacadista afirma que todas as lojas trabalham com fiscais que revezam com funcionários nas pausas para idas ao banheiro. Assim, “qualquer desrespeito é averiguado e imediatamente corrigido”.

A respeito do vídeo, a loja diz que está apurando o ocorrido para tomar as providências adicionais (leia abaixo na íntegra).

Abuso e prejuízo

De acordo com o SECRJ, uma decisão recente do TST (Tribunal Superior do Trabalho) considerou que a restrição do uso do banheiro pela empresa constitui abuso e causa prejuízo nas necessidades fisiológicas do trabalhador. Além disso, é capaz de expor sua privacidade de forma indevida.

O sindicato considera que essa conduta causa constrangimento moral, pois é abusiva e ofensiva à dignidade do trabalhador, cabendo indenização por danos morais ao funcionário. Afinal, a atitude fere os direitos da personalidade previstos na Constituição Federal.

Nota do Assaí na íntegra

A Companhia mantém um processo para a saída de funcionários dos caixas de pagamento para pausas e, qualquer desrespeito, é averiguado e imediatamente corrigido.

Todas as lojas trabalham com uma equipe de escala, onde fiscais revezam com os(as) colaboradores(as) que desejam realizar pausas durante o expediente.

Sobre o vídeo, a loja reforçou aos(as) colaboradores(as) quanto a esse procedimento e está apurando o ocorrido para tomar as providências adicionais.

Sobre a questão relativa ao descanso na loja Barra da Tijuca, a empresa reforça que todo o time da loja possui intervalo ao longo do expediente, conforme exige a legislação trabalhista, e que está apurando com a unidade a informação.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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