O governo federal enviou, neste fim de semana, cerca de quatro toneladas de alimentos para serem distribuídos a uma comunidade da terra indígena yanomami, em Roraima. Crianças e idosos da comunidade estão em situação grave de desnutrição, além de haver muitos casos de malária, infecção respiratória aguda e outros problemas de saúde.
Na última sexta-feira (20), o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combate à desassistência sanitária dos povos que vivem no território. A região tem mais de 30,4 mil habitantes.
O transporte de alimentos pela Força Aérea Brasileira (FAB) é uma resposta emergencial à crise sanitária, já que a situação de emergência em saúde permite ao Poder Executivo adotar medidas de “prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública”.
Distribuição de alimentos
Segundo a Aeronáutica, no sábado (21), dia em que o presidente Lula (PT) visitou a capital Boa Vista, foi transportado o equivalente a 1,26 tonelada de alimentos a serem distribuídos para a comunidade da Kataroa, na região conhecida como Surucucu. No domingo (22), foram mais 2,50 toneladas.
De acordo com o Ministério da Saúde, os suprimentos fazem parte das cerca de cinco mil cestas básicas que estavam armazenadas na sede da coordenação regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em Boa Vista.
Do total já disponível, quatro mil cestas serão destinadas à Terra Indígena Yanomami e mil irão para outras comunidades. Além disso, o governo federal anunciou a entrega de 200 latas de suplemento alimentar para crianças de várias idades.
Em nota divulgada no sábado, o Ministério da Saúde estimava que, nestas condições, serão necessários cerca de 50 voos para dar conta de levar comida até a terra indígena e, na volta, transportar os yanomami que precisem receber atendimento médico na capital. No domingo, 21 índios foram levados para Boa Vista.
As ações também são motivadas por denúncias de que a atividade ilegal de garimpeiros está contaminando os rios que abastecem as comunidades locais, destruindo a floresta e afetando as condições de sobrevivência das populações.