Helena Rizzo se manifesta após receber comentário machista no MasterChef: ‘Respeitem nosso corre’

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Helena é a única brasileira que já ganhou uma estrela Michelin, reconhecimento mais importante da gastronomia, além de já ter sido eleita a melhor chef do mundo duas vezes (Carlos Reinis/Divulgação)

A chef de cozinha Helena Rizzo, jurada do programa MasterChef Brasil, virou assunto nas redes sociais após ser alvo de um comentário machista durante o episódio exibido nessa terça-feira (22). Na ocasião, o reality recebeu como convidado o chef Alex Atala, que se limitou a elogia-la levando em conta a aparência dela.

Aos jurados Erick Jacquin e Rodrigo Oliveira, Alex teceu elogios sobre a competência e trajetória deles. Vale lembrar que Helena é a única brasileira que já ganhou uma estrela Michelin, reconhecimento mais importante da gastronomia, além de já ter sido eleita a melhor chef do mundo duas vezes.

“Não dá para falar da beleza da cozinha sem falar de uma mulher linda, de uma mulher que, de uma maneira muito especial, eu me apaixonei, chama Helena Rizzo”, disse ele, na ocasião.

Após a repercussão da cena, Alex Atala pediu desculpas à chef publicamente. “Não importa o que eu diga, não será suficiente para desfazer uma ferida que eu provoquei. E mesmo sem saber o que dizer e correndo o risco de ser mal-compreendido, preciso tentar”, escreveu ele.

“Fui infeliz ao ressaltar apenas a beleza da Helena para falar da beleza da cozinha. A importância da Helena para a culinária brasileira é gigante e não está, nem de longe, ligada a sua beleza”, acrescentou ele.

‘Respeitem nosso corre’

Helena também se manifestou sobre o ocorrido em seu perfil. Na ocasião, ele lembra que essa não é a primeira vez que foi alvo de comentários desta natureza. Ao final do texto, ela pede que os homens “respeitem nosso corre, intelecto, capacidade e multiplicidade”.

“Cozinho profissionalmente desde os 18 anos. Saí de casa aos 17, quando ainda trabalhava como modelo. Não dá pra contar as inúmeras vezes em que enfrentei misoginia e machismo nesses ambientes de trabalho, as diversas vezes que me senti incomodada e que o ‘melhor’ que podia fazer, era dar aquele sorrisinho constrangedor com o canto da boca e seguir em frente”. disse.

“Fomos condicionadas, na minha geração, a normalizar os assédios, a jogá-los pra baixo do tapete e seguir adiante. Sempre fiz isso, sem perder o foco de quem eu era, e do caminho que queria percorrer. Sem guardar mágoa…sem grandes cicatrizes, a não ser as marcas nos braços de cortes e queimaduras”, acrescentou a chef.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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