Homem morre de Covid-19 e hospital demora 50 dias para informar família

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Família chegou a lavar lençóis do hospital acreditando serem usados pelo parente (Reprodução/TV Globo)

Os familiares de uma vítima da Covid-19 denunciaram o descaso de um hospital no Rio de Janeiro. O homem faleceu pela doença em 1º de julho, mas a família só foi informada disso mais de um mês e meio depois. Em entrevista ao G1, a filha de Paulo César dos Santos Oliveira afirmou que durante todo o período, os parentes receberam boletins do hospital afirmando que o paciente estava bem.

O homem estava internado no Hospital Municipal Salgado Filho. Por causa do isolamento necessário para pacientes da Covid-19, não recebia visitas desde 25 de junho. A família afirma que mantinha em contato com a unidade de saúde, que informava que Paulo estava bem. A filha, Tainara Oliveira, contou ao portal que eles chegavam a ir ao hospital levar roupa de cama limpa e ainda pegavam lençóis sujos para lavar.

Falta de informação

O óbito foi descoberto pela família por casualidade. Tainara foi ao hospital levar o filho que estava passando mal e tentou ver o pai. “Entrei lá, olhei leito por leito e ele não estava lá. Aí, a enfermeira falou: você vai na recepção e pede para puxarem o nome dele para saber onde ele está. Quando fui à recepção, ele não estava mais no sistema. E aí fiquei preocupada”, relatou ao portal.

Foi então que a mulher recebeu a notícia de que o pai havia falecido em 1º de julho. Tainara também descobriu que Paulo tinha sido enterrado em 5 de agosto, mais de um mês após o falecimento. “Até agora eu não entendi quem enterrou, como que enterrou porque os documentos dele todinhos estão comigo”, afirmou. A família ainda não sabe quem foi o responsável pelo enterro do homem.

O que o hospital diz

A unidade de saúde afirmou que irá investigar as informações recebidas pela família. Segundo o hospital, a notícia do óbito foi dada por meio de telegrama, que é usado quando não há sucesso no contato por telefone. “A direção garante que tudo será investigado, inclusive se houve algum reconhecimento do corpo”, declarou.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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