Uma estudante de pedagogia que mora em São Paulo revelou no início da semana, por meio de um post no Facebook, que levou um baita susto ao saber que estava grávida de nove meses. É que ela não sentiu nenhum sintoma antes de o filho nascer e engravidou mesmo tomando regularmente seu anticoncepcional.
No texto, Eduarda Barbosa explica que deu à luz no último dia 19, sem perceber que estava no nono mês de gestação. Ela conta que não sentiu nenhum sintoma, não inchou, nem seu corpo sofreu alterações. “Minha barriga ficava dura e eu por sempre achar ser gases, tomava água com água com gás e ela diminuía. Eu achava estar engordando porque sempre fui essa sanfona de engordar e emagrecer e eu confiava no anticoncepcional”, relata.
Num relacionamento sério há pouco menos de dois anos, a jovem, que estuda pedagogia em um centro universitário em São Paulo, contou ainda que pensou diversas vezes em fazer exames de gravidez, mas que acabou não indo.
“Eu estava pensando em ir fazer exames para ver se eu estava grávida, bom muita gente estava me perguntando e até afirmando estar de poucos meses, mas com a minha menstruação em dia pensei em ir fazer exames depois, não que desacreditei ou relaxei, ou fiquei com medo de descobrir a gravidez. Eu deixei para depois pois não tive nenhum sintomas de gravidez, nem o famoso enjoo das primeiras semanas e confiava na minha menstruação correta e no anticoncepcional”, disse.
No dia 19, no entanto, Eduarda sentiu muitas dores e chegou a acreditar que eram cólicas renais, pois já tinha tido episódios de pedras nos rins e a dor era muito similar. Ao chegar no hospital e ser tratada com medicamentos e a dor não passar, a médica decidiu fazer um ultrassom e lá estava o coração do bebê batendo!
“Sim! Eu estava grávida de 9 meses, exatos 9 meses! 9 meses menstruando, 9 meses tomando meu anticoncepcional (Noregyna). Eu não sentia o bebê mexer (ele não teve muito líquido, com isso não teve espaço para se mexer), meus pés não incharam, meu corpo tbm não”, revelou.
Ao fazer o ultrassom, ela ficou em choque. “Parei, fiquei pálida, era seu coração batendo. Para a médica, eu estava dando à luz a um prematuro, para as enfermeiras eu estava abortando. Mas graças a Deus não era nada disso. Era o meu milagre chegando, Sim milagre! Ninguém na sala de parto acreditou que eu estava realmente de 9 meses! Ele nasceu sem bolsa nenhuma estourar pois não havia líquido! Nasceu pesando 2.895, medindo 46 centímetros. E está cheio de saúde! Ninguém acreditou, nem eu e nem meu namorado, nem as enfermeiras e nem as médicas. Estamos tentando imaginar como ele estava aqui? Como não mexeu de forma que eu sentisse que realmente você estava aqui dentro?. Foi um trabalho de parto de 5 minutos!! Sim, só 5 minutos! Entrei na sala 5:30 e 5:35 meu filho nasceu”, contou a jovem.
Segundo o relato, a gravidez era realmente desconhecida por ela e pelo namorado, Erick Barbosa. “Não escondemos de ninguém, não tínhamos porque esconder, seria burrice esconder da nossa família, não fazer chá de bebê, nem pré-natal gente, chegar despreparado. Jamais faria algo assim! Jamais faria Isso com o meu filho, com a minha família. Faculdade eu adianto um pouco, agora alguém necessita de mim, agora minha vida faz mais sentido, meu sonho se realizou, meu príncipe chegou. Não se espantem, eu também me espantei, NÃO ESCONDI DE NINGUÉM! Demorou horas para a minha ficha cair, para a da família… mas caiu e estamos em festa! A família cresceu. Você nasceu de mim e eu renasci de você! Digam OLÁ para o mais novo membro das famílias Barbosas e Batista, DERICK”.
Ao fim da publicação, Eduarda postou ainda o seguinte pedido: “Ps: DISPENSAMOS QUALQUER COMENTÁRIO TOSCO OU/E PERGUNTAS IMBECÍS, TENHAM BOM SENSO E RESPEITO!”.
Médica explica
Médica ginecologista e obstetra, Natália Monken explica que os sintomas de uma gestação variam muito de paciente para paciente. Ela conta que algumas mães ficam muito queixosas e que podem sentir diversos sintomas, enquanto em outras eles podem aparecer mais brandos, quase imperceptíveis.
“Algumas mulheres sentem náuseas, fazem vômito, têm sonolência e cólicas, mas os sintomas variam. É algo muito individual de cada paciente, depende do nível de variação hormonal da mulher e do preparo psicológico dela com a gestação”, conta. “Não existe uma porcentagem exata de pacientes assintomáticas e sintomáticas. No começo, a gestação pode passar despercebida, mas com o tempo e a evolução as características vão se tornando mais notáveis”, diz. “Além dos sintomas, há o crescimento abdominal, do próprio neném, além da movimentação fetal e das contrações. Tem ainda a questão postural que algumas mulheres desenvolvem. As chances de se perceber uma gravidez vão aumentado com o tempo”, conta.
A médica ainda explica que não existe nenhum método contraceptivo disponível que seja 100% eficaz. “Todos os métodos de contracepção têm um percentual de falha. As pílula podem falhar por diversos motivos, seja pelo seu uso inadequado ou uso de outras medicações que dificultam a sua ação. Validade e conservação da medicação também devem ser observados para sua melhor eficácia”, diz.
E se o bebê nasce sem ter o acompanhamento pré-natal de um médico? Natália reforça que todos os exames do período gestacional têm máxima importância, tanto para a mãe quanto para o bebê. “Alterações que podem surgir nessa gestação são monitoradas e tratadas a partir do pré-natal. Algumas alterações podem trazer sérios problemas caso não sejam diagnósticas, entre elas temos o exemplo da diabetes gestacional, infecção do trato urinário, distúrbios da tireóide que se não tratadas podem cursar com complicações para a mãe e para o filho”, conta.
Por fim, a médica explica que os bebês que nascem sem passar pelo acompanhamento pré-natal precisam de um suporte maior. “Eles devem passar por exames específicos que vão investigar se há algo anormal. Caso seja identificado algum problema, a criança deve ser submetida aos tratamentos cabíveis. A mãe também passa por um rastreamento para ver se está tudo bem”, afirma.
Mabra
O BHAZ procurou na manhã desta sexta-feira (24) a empresa farmacêutica Mabra, localizada em Goiânia (GO), que fabrica o medicamento anticoncepcional Noregyna. Fomos informados pelo segurança que atendeu o telefone que hoje é feriado na cidade e que não havia ninguém para nos atender. Encaminhamos, via formulário do site, os questionamentos sobre o medicamento não ter tido eficácia, no caso de Eduarda Barbosa. Se a empresa se manifestar, essa reportagem será atualizada.
