Novo medo desbloqueado? Mulher sente cólica, procura médico e deixa hospital com bebê nos braços

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‘É, galera, agora mãe de dois’, disse Letícia Senna nas redes sociais ao compartilhar um registro dela com o pequeno Asafe nos braços (Letícia Senna/Arquivo pessoal)

Uma gerente comercial de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, ganhou uma grande surpresa ao ir para o hospital com fortes cólicas nas últimas semanas. Uma surpresa de 2,8 kg e 48 centímetros, exatamente. “É galera, agora mãe de dois”, disse Letícia Senna nas redes sociais ao compartilhar um registro dela deixando a maternidade com o pequeno Asafe nos braços.

Em apenas dois dias de publicação, o post já ultrapassou sete milhões de visualizações no TikTok e muitas mulheres disseram ter tido um “novo medo desbloqueado”. Ao BHAZ, a jovem de 26 anos conta que ainda tem tentado se recuperar do susto.

“Se eu falar pra você que eu tô bem, é mentira. Mas nada como um dia após o outro. Graças a Deus eu tenho uma rede de apoio, ganhei muita coisa! Quando minhas amigas souberam, logo saíram entrando em contato com conhecidas que tiveram filhos meninos e me doaram várias roupinhas de bebê”, explica ela.

Teste positivo

A jovem conta que desconfiava, no fundo, que poderia estar grávida. Alguns dias antes do parto ela sentiu uma movimentação estranha na barriga, mas logo tentou afastar a possibilidade de ser um novo bebê.

“Durante a semana eu senti alguma coisa mexer na minha barriga, mas pensei logo que era coisa da minha cabeça. Algumas amigas me falaram que o corpo demora voltar ao normal depois da cesárea, então achei que era isso”, conta ela, em conversa com o BHAZ.

Apesar de desenganada, ela foi até a farmácia para comprar um teste, que deu positivo. “Minha menstruação tava normal, meu corpo tava normal, eu também tava usando minhas roupas normalmente, então pensei que era algo em torno de 10 semanas ainda. Decidi que ia fazer um ultrasson no dia seguinte”, explica.

Não deu tempo. Antes do previsto, a jovem começou a passar mal no trabalho e resolveu ir até um hospital de São Gonçalo. Após fazer exames, os médicos confirmaram a gravidez e disseram que ela já estava com três centímetros de dilatação, mas que o bebê ainda era muito prematuro.

‘Cabeça a um milhão por hora’

Como o hospital da cidade não oferecia um atendimento especializado para gestantes, ela então foi até uma maternidade de Niterói para saber como estava a saúde do bebê. Foi quando Asafe sentiu que era a hora de dar mais um susto à mãe.

“Chegando lá eu já tava com seis centímetros de dilatação e a bolsa estourou. Mas como me falaram que o bebê ainda estava com 24 semanas, me internaram para cessar as contrações. Lá eu não podia ficar com celular, nem com acompanhante. Minha cabeça tava a um milhão por hora, sozinha, longe da minha filha, sem saber o que fazer”, lembra a jovem.

‘A dor do parto é surreal’

Após muita demora, Letícia finalmente conseguiu fazer a ultrassonografia e ver, pela primeira vez, o bebê que gestou em silêncio. Durante o exame, uma nova surpresa: Asafe tinha, na verdade, 35 semanas de gestação e já poderia vir ao mundo.

“Eu tava sem telefone, sem poder ligar pra minha mãe. Quando deu 17h, no horário de visita, ela foi lá e logo começou a ajeitar as coisas enquanto fui pra sala de pré-parto”, lembra.

Quando chegou o momento de fazer a cesárea, Letícia conta que sentia muita dor e não conseguia se comunicar direito com a equipe médica. Ela então entrou em trabalho de parto e Asafe nasceu de forma natural, contrariando, mais uma vez, os planos da mãe.

“Foi tudo fora de tudo! Planejamos cesárea, mas no fim acabou sendo parto normal. A dor do parto é surreal, nunca mais quero passar por isso na vida”, desabafa ela, com bom-humor.

‘Deus foi benevolente’

A chegada triunfal de Asafe agitou os ânimos de toda a família. Apesar de muito pequena, Analu, de um ano e dois meses, logo se empolgou com a ideia de ter um irmãozinho.

“Quando ela viu a gente saindo do hospital ela quis puxar, abraçar ele. Aqui em casa a gente tenta sempre incluir ela. Quando vou trocar a fralda, chamo ela pra ficar perto e ela que joga na lixeira. O tempo todo ela fica querendo abraçar ele, é ‘neném’ pra cá, ‘neném’ pra lá”, explica a mãe.

Outra pessoa que ficou nas nuvens com a chegada de Asafe é o pai de Letícia, que sempre sonhou em ter um menino em casa. A filha então decidiu homenageá-lo com o nome da criança, que significa “Deus foi benevolente”.

“Aqui em casa só tem menina. Eu, minha irmã, minha filha, três primas que cresceram aqui em casa, então meu pai sempre foi rodeado de mulheres. Mas ele dizia que, se tivesse um filho, se chamaria Asafe, então escolhi fazer essa homenagem”, explica.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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