O ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), teria feito uma viagem de Brasília a Paris no fim do mês passado com as despesas pagas por um advogado, para assistir à final da Champions League e ao torneio de tênis de Roland Garros. A informação foi divulgada pelo colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, nessa sexta-feira (17). O ministro nega.
De acordo com a coluna, o custo da viagem foi de, pelo menos, R$ 250 mil. Nunes Marques também teria assistido ao o GP de Mônaco de Fórmula 1, disputado naquele mesmo fim de semana. Pelo menos um dos filhos também teria participado da viagem.
O jatinho supostamente usado tem como sócio o advogado Vinícius Peixoto Gonçalves, dono de um escritório no Rio de Janeiro. De acordo com o Metrópoles, foi ele quem disponibilizou a aeronave para a viagem do ministro.
Vinícius Gonçalves atua em processos em curso no STF e já foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) como operador financeiro do ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão. O nome dele também aparece nas investigações sobre pagamentos de propina relacionados às obras da usina nuclear de Angra 3.
O que diz o ministro?
Kassio Nunes Marques teria saído de Brasília no dia 26 de maio e, voltado no dia 30 daquele mês. Procurado pelo colunista, o ministro inicialmente não quis se pronunciar. Já neste sábado (18), por meio de nota, ele disse lamentar a publicação de “informações falsas”.
“Vinícius Gonçalves, citado pela reportagem, não pagou qualquer despesa do ministro. O advogado também nunca pôs avião à disposição do ministro. Nunca tiveram contato anterior à viagem, nem pessoal, nem telefônico”, afirma o comunicado.
“O jornalista também erra ao afirmar ter ocorrido um tour, pois o ministro jamais fora (sic) a Mônaco ou a Roland Garros. A matéria, portanto, baseia-se em informações erradas para criar um contexto que não existe”, completa. O colunista, no entanto, mantém as informações publicadas.