‘Errei’: Leo Dias pede desculpas à Klara Castanho e diz que se ofereceu para adotar a criança

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Jornalista usou as redes sociais para pedir desculpas publicamente (Reprodução/Instagram)

O jornalista Leo Dias pediu desculpas à Klara Castanho após publicar reportagem sobre o nascimento e adoção da criança, fruto de um estupro sofrido pela atriz. A artista escreveu sobre o caso nas redes sociais. Em um texto publicado na tarde de hoje (26), o jornalista diz que errou e que tem ciência que a atriz “foi covardemente exposta”. Ele ainda cita no texto que “em um ato irrefletido” se ofereceu para “adotar a criança”.

O colunista do Metrópoles começa o texto contando que foi procurado por uma profissional de um hospital privado. “Ela insistiu que precisava falar comigo para denunciar um caso atípico que ocorrera há algumas horas naquela casa de saúde”. Ele conta que a mulher pediu anonimato para passar a informação e que pela primeira vez o nascimento de uma criança não poderia ser registrado na maternidade. “Nenhum dado sobre o nascimento poderia ser incluído no sistema”.

Ele se disse surpreso ao descobrir que se tratava da atriz Klara Castanho. “Até aquele momento, eu não tinha noção do contexto de violência envolvendo a gestação”. O jornalista conta que não tinha proximidade com a atriz, mas que uma vez a mãe dela havia lhe mandado uma “mensagem carinhosa pelo Instagram”. Com isso, ele achou que deveria mandar uma mensagem pela mãe da jovem, para entender o que estava acontecendo.

“Àquela altura, eu não tinha noção de todos os fatos. Não sabia que ela havia sido vítima de um estupro. Klara me respondeu poucas horas depois. Chegamos a conversar por telefone”, continua. Leo Dias afirma que, durante a conversa, Klara relatou a violência sexual e a decisão de entrega a criança para adoção. “Me pediu que eu não escrevesse sobre o assunto. E eu, prontamente, me comprometi com ela a não expor a história publicamente”.

Pediu para adotar a criança

O jornalista disse que o relato da atriz foi algo muito impactante e chamou a história de “perturbadora”. Ele conta que “em um ato irrefletido” se ofereceu para “adotar a criança”. “E, desde aquele momento, esta história não saiu da minha cabeça. Confidenciei isso a duas pessoas próximas”.

“Mais de um mês se passou. Eu permaneci sem escrever sobre a história”. Contudo, ele explica que, desde maio, foi surpreendido “com vídeos e posts em que influenciadores relataram o caso ou parte dele”. Ele afirma que seguiu sem revelar a identidade da atriz, já que havia prometido, “mesmo tendo sido provocado a falar sobre o caso”.

Leo Dias explica que a postagem feita sobre o nascimento da criança e adoção foi feita depois da carta publicada por Klara, contando o que havia acontecido. “Ela foi covardemente exposta. Tenho consciência disso”.

Arrependimento

“Errei ao publicar qualquer linha a este respeito. Mesmo que a revelação da história não tenha partido de mim, mesmo que Klara tenha escrito uma carta pública narrando a dor que sentiu com toda esta violência e que eu só tenha escrito sobre o assunto após a carta dela ser publicada”, continua o jornalista.

O profissional conclui o texto admitindo que “não deveria ter escrito nenhuma linha sobre esta história ou ter feito qualquer comentário sobre algo que não tenho o direito de opinar”. O jornalista ainda diz que não tem “noção da dor desta mulher”. “E, por isso, peço, sinceramente, perdão à Klara”.

O caso

A atriz Klara Castanho, 21, revelou que foi estuprada, engravidou e deu o bebê para adoção. Em uma carta aberta, a jovem detalha o ocorrido e desabafa sobre a forma como algo tão íntimo e difícil virou público sem o seu consentimento. Ela estava sob diversas especulações sobre a doação do bebê e foi procurada por profissionais que cobrem celebridades. A atriz se viu pressionada a se posicionar sobre o caso, após boatos começarem a surgir. O assunto é um dos mais comentados das redes sociais e tem gerado debate. Klara ganhou o apoio de famosos, políticos e anônimos.

A postagem foi feita na noite desse sábado (25), logo após o assunto tomar as redes sociais. “Não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e um trauma que sofri”, começa a atriz. “Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo”. Leia a reportagem completa aqui.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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