‘Me fingi de morta’, diz mulher que sobreviveu a ataque de policial em lanchonete de posto de gasolina

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Ronaldo Massuia Silva matou uma pessoa e feriu outras três (Reprodução/Redes sociais)

A reportagem do Fantástico ouviu vítimas do ataque na lanchonete de um posto de gasolina onde o policial federal Ronaldo Massuia Silva abriu fogo, matou uma pessoa e feriu outras três no último dia 1º em Curitiba, no Paraná. Ele foi indiciado por homicídio e tentativa de homicídio.

Em entrevista à Globo, a advogada Milena Brottom contou detalhes do momento. Ela estava na varanda da loja com o namorado, o fotógrafo André Fritoli, com quem tinha saído de um show. Ronaldo matou o homem com três tiros e, para sobreviver, Milena decidiu se fingir de morta.

“Poxa, se ele vê que eu tô viva, ou se eu gritar, também atira em mim. Então eu me fingi de morta ali atrás do André. E nisso ele começa a tossir muito. Eu achei ainda que tava tossindo, né, mas com certeza já tava agonizando”, recorda a advogada. O namorado a abraçou para protegê-la durante o tiroteio.

Milena recorda que o barulho dos tiros foi muito alto (Reprodução/TV Globo)

O crime

No final da noite do feriado de 1º de maio, por volta das 23h40, Ronaldo entrou na lanchonete. Quando ele passou a provocar clientes da loja, uma mulher que o acompanhava tentou ir embora com ele, sem sucesso. Momentos depois, ele deixou a loja e voltou com a arma, quebrando a vidraça da porta.

Foi então que começou a atirar e nem todos os clientes conseguiram fugir do local. Imagens de câmeras de segurança mostram pessoas se jogando no chão e tentando se abrigar, desesperadas.

Por volta das 23h45, o policial federal deixou a loja de conveniência e se sentou em um banco do posto. Foi nesse momento que a polícia chegou e ele foi preso. De acordo com o Fantástico, foram 15 tiros em cerca de um minuto.

Pessoas tentaram fugir do tiroteio (Reprodução/Redes sociais)

Agente da PF

A Polícia Federal instaurou um processo disciplinar sobre o caso e, segundo o Fantástico, a corporação não vai se manifestar sobre o histórico funcional e questões médicas de Ronaldo. Ele foi indiciado por homicídio e sete tentativas de homicídio e, na semana passada, o Ministério Público de Santa Catarina o denunciou por resistência, lesão corporal e desacato.

O agente entrou na Polícia Federal em 2003 e, uma década depois, respondeu uma sindicância com base em lei que trata de negligência ou não cumprimento de ordem, além de desrespeito a superior hierárquico. Em fevereiro do ano passado, também foi detido pela Polícia Militar em Imbituba (SC) após promover aglomerações ilegais durante a pandemia.

Além da vítima fatal, outras três pessoas foram baleadas durante o crime. Uma delas, inclusive, perdeu a visão de um olho. Conforme o advogado de Ronaldo, o suspeito vem enfrentando problemas com a bebida e está sob observação psiquiátrica no Complexo Médico Penal.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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