Um mineiro de 38 anos ficou com manchas e queimaduras no corpo após tomar um banho de mar, no último sábado (2), na praia dos Milionários, em Ilhéus, na Bahia. Anderson Gabriel Palmela sentiu fortes ardências e se dirigiu ao Pronto Atendimento da Zona Sul de Ilhéus, onde foi internado. A Vigilância em Saúde Ambiental do município investiga se há relação do problema com as manchas de óleo que atingem o litoral do Nordeste.
Em entrevista ao G1, o turista, que é da cidade de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, contou que caminhava sozinho na praia quando decidiu entrar no mar. Anderson lembra que ficou dentro da água por cerca de 40 minutos e saiu quando o corpo começou a arder. “O meu corpo começou a coçar e queimar e eu saí da água. Na praia eu não vi óleo, mas quando eu cheguei em casa que eu fui tomar banho, começou a sair uma água escura [do corpo] e a bucha ficou muito oleosa”, conta o mineiro.
Ao tomar ciência do caso, o secretário de Saúde de Ilhéus, Geraldo Magela, questiona a relação das manchas e queimaduras na pele do homem com o óleo vazado nas prais do Nordeste. “Estamos investigando a origem do problema. Nenhum sintoma por intoxicação por óleo foi identificado”, informou o secretário em nota publicada, nesta terça-feira (5), pela prefeitura de Ilhéus.
O secretário ainda afirma que os exames realizados até a última segunda-feira (4) não mostraram nenhuma alteração. “Estive com o paciente, está normal e nenhum exame mostrou alteração. Não havia indicação de internamento, mesmo assim, resolvemos interná-lo, apenas por precaução. Passou por novos exames e foi atendido por especialistas e passa bem”, relatou Magela.
“Nossas unidades são orientadas e capacitadas com protocolos de intoxicação por água-viva, caravelas e intoxicação alimentar. Isso faz parte do trabalho rotineiro das equipes. A vítima não sentiu náuseas e nem dores de cabeça, sintomas inerentes da intoxicação do produto. Onde ele estava haviam outros turistas e crianças se banhando e nada aconteceu”, completou o secretário.
Óleo no Nordeste
As manchas de óleo começaram a chegar a Bahia em 3 de outubro, quase um mês após o início do problema em outras partes do país. Ao menos 26 cidades baianas já foram atingidas. Apesar do forte risco de contaminação aos banhistas, no Brasil não houve ainda nenhum caso parecido ao de Anderson. O caso do mineiro é tratado como isolado, já que outras pessoas tomaram banho na mesma praia e não tiveram reações.
Segundo o coordenador da Vigilância de Saúde Ambiental de Ilhéus, Gleidson Souza, prega precaução quanto ao motivo das queimaduras. “Não podemos relacionar essa queimadura com o óleo, não temos embasamento científico. Provavelmente, pela incidência de águas-vivas nessa região, pode haver alguma relação, mas isso estamos investigando”, disse o profissional.
Enquanto as investigações continuam, a recomendação do órgão é de que se evite o contato com o óleo, pois existem sintomas pelo contato dermatológico, por inalação e ingestão. Recomenda ainda a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Caso haja reação alérgica, ou ingestão incidental, é indicado procurar um posto de saúde mais próximo.
