MEC libera verba para instituições federais, mas UFMG não vê fim da crise

UFMG/Foca Lisboa/divulgação

O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta sexta-feira (11) aumento no limite para custeios e investimentos nas instituições federais de ensino do país. No total, serão liberados R$ 450 milhões, elevando o valor a ser investido para R$ 4,8 bilhões este ano. Desse total, R$ 312 milhões irão para as universidades federais e o restante (R$ 138 milhões), para os institutos federais de educação, os centros federais de educação tecnológica e o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. O anúncio foi feito nesta sexta, 11, pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, em reunião com a nova diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes).

O Bhaz entrou em contato com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para saber o montante do valor que será repassado para a instituição, mas não foi possível obter essa informação. Fato é que, de acordo com a universidade, o valor não resolverá o problema financeiro vivido pela instituição. Isto porque, como o país possui 63 universidades federais, cada instituição receberia, em tese, cerca de R$ 5 milhões.

Mesmo que, por ser uma das maiores universidades federais do país, a UFMG recebesse um valor que fosse, hopotéticamente, três vezes maior que a média, ele corresponderia a apenas quase um décimo do orçamento da instituição para o ano todo, que é de R$ 173 milhões. Mensalmente, o governo repassa para a UFMG uma parte desse valor.

Ministro Mendonça Filho anunciou verbas em reunião com a diretoria do Andifes (Reprodução/MEC)

Valor não resolve o problema

O valor adicional chega no momento que as instituições federais, principalmente as universidades, passam por extrema dificuldade financeira. Contudo, não é a solução dos problemas. O orçamento da UFMG para este ano teve sofreu redução de 10%, se comparado com o do ano passado. Além disso, o governo federal limitou os gastos a 85% do valor previsto.

A necessidade de reduzir os gastos obriga a administração da universidade a realizar cortes. Mas, isso não é o suficiente para conseguir manter as contas em dia. A UFMG teme precisar cortar investimentos em pesquisas por não ter dinheiro para repassar aos pesquisadores. Apesar de ter pesquisadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento e Tecnológico (CNPq) atuando, a universidade já precisou fazer cortes. Comparado com o ano passado, o corte em pesquisas chegou a 22% este ano.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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