Motociatas de Bolsonaro custaram pelo menos R$ 5 milhões aos cofres públicos, aponta levantamento

Motociata
Ao todo, a Presidência desembolsou R$ 3,3 milhões para as motociatas (Alan Santos/PR)

As “motociatas” promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao redor do país neste ano já custaram pelo menos R$ 5 milhões aos cofres públicos brasileiros, segundo levantamento feito pela Folha de S. Paulo por meio de mais de 50 pedidos pela LAI (Lei de Acesso à Informação).

O cálculo inclui as despesas com o cartão de pagamento do governo federal e os gastos assumidos pelos estados para garantir a segurança da população e da comitiva de Bolsonaro.

Segundo a Folha, a Presidência informou os valores gastos com as viagens, mas não compartilhou detalhes a respeito das despesas, mantidos sob sigilo.

O valor total também não conta com a motociata promovida pelo presidente no Paraná, no dia 6 de novembro, já que a Presidência não informou o custo do encontro. A Polícia Militar estadual também não divulgou os valores usados na segurança.

Em julho, a PM de São Paulo informou que a operação de segurança para o ato realizado na cidade de Presidente Prudente custou mais de R$ 300 mil aos cofres estaduais.

Entre as 13 viagens feitas pelo presidente para as motociatas, a mais cara foi para Pernambuco. Ainda segundo o levantamento da Folha, o valor chegou a quase R$ 607 mil. Em seguida, os maiores gastos foram em São Paulo (R$ 476 mil) e Chapecó (R$ 450 mil).

Ao todo, a Presidência desembolsou R$ 3,3 milhões para os eventos.

Motociata em Minas

A primeira motociata realizada por Bolsonaro foi em Brasília, em maio deste ano. Desde então, ele já promoveu os encontros no Rio de Janeiro, em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Paraná.

Em Minas, o presidente da República visitou Uberlândia, no Triângulo Mineiro, depois de participar da inauguração de uma obra da cidade. 

No final de maio, ele mencionou que poderia fazer uma motociata em Belo Horizonte. Na ocasião, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) não descartou a permissão para que o presidente fizesse o passeio e ainda disse que poderia se encontrar com ele.

Em resposta, Bolsonaro criticou Kalil e os fechamentos do comércio em BH. No meio de junho, o prefeito mudou o discurso e afirmou que iria multar o presidente, caso ele realizasse a motociata na capital mineira e não utilizasse a máscara de proteção contra a Covid-19.

O gestor ainda disse que Bolsonaro faria “grande favor” se não fizesse o passeio de moto com apoiadores em Belo Horizonte. Um vereador de BH chegou a responder o prefeito e falar que pagaria a multa do presidente.

Edição: Vitor Fernandes
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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