O vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL) foi denunciado pelo Ministério Público do estado por importunação sexual e assédio sexual. A denúncia foi feita no dia 14 de junho pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Zona Sul e Barra da Tijuca, e confirmada ao BHAZ pelo órgão nesta sexta-feira (24).
Conforme a denúncia do MPRJ, os crimes foram cometidos pelo parlamentar e youtuber contra uma ex-assessora, que trabalhava nas redes sociais do vereador. Ele já havia sido indiciado pela Polícia Civil, pelos mesmos delitos, no inquérito da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Jacarepaguá.
As acusações de assédio surgiram no final de março, quando servidores, ex-funcionários e uma mulher que teve relações sexuais com o político o denunciaram (relembre aqui). Já em abril, o MPRJ denunciou Gabriel Monteiro por ter filmado ato sexual com uma adolescente de 15 anos.
Além dessas acusações, ex-assessores também dizem que o parlamentar forjava situações de flagrantes, usadas para alimentar seus canais de mídias sociais, a fim de aumentar a audiência e obter lucros com isso.
Conselho de Ética
A denúncia vem um dia após Gabriel Monteiro prestar depoimento ao Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde é acusado de quebra de decoro parlamentar. Ele foi ouvido por mais de três horas no último ato da fase instrutória do processo, que pode levar à cassação do mandato do vereador.
Após o depoimento, o vereador Chico Alencar (PSOL), relator do caso, avaliou que há várias contradições nos relatos colhidos. Ao todo, foram realizadas 12 oitivas, sendo oito com testemunhas de defesa e quatro de acusação.
“Não estamos fazendo uma avaliação desse processo em cima do Código Penal, mas sim em cima do Código de Ética e Decoro Parlamentar”, disse Alencar.
Sobre o caso da relação com a menor de idade, o relator disse que Gabriel Monteiro alegou, no depoimento, que a menina mentia que tinha 18 anos. “Disse que filmava relações íntimas consensuais para se precaver de possíveis denúncias de estupro. Isso é bastante singular. E não vê problema ético nessas filmagens com essa alegação de autoproteção”, acrescentou.
Os advogados que defendem Gabriel Monteiro afirmam que nenhuma das acusações foi provada e que o depoimento do vereador foi claro e conciso. Eles sustentam que as denúncias apresentadas pelos ex-assessores foram articuladas pelo empresário Pedro Rafael da Silva Sorrilha, que estaria retaliando o vereador após ter envolvimento exposto na “máfia dos reboques”.
Com Agência Brasil