A Polícia Civil investiga uma denúncia contra um vereador da cidade de Planalto, em São Paulo, acusado de ofender uma criança de dois anos com injúrias raciais. A mãe da vítima denunciou Gercimar Maximiliano de Matos (Solidariedade), o “Gerson do Bar”, alegando que o parlamentar teria chamado a criança de “pretinha feia e fedida”. O vereador negou as acusações e disse que nunca conversou com a mulher (veja abaixo).
A atendente Carolaine Vilela, que denunciou o vereador, contou à TV Tem que publicou uma foto da própria filha com a filha de Gercimar, já que é amiga da ex-esposa dele. Por meio de mensagens no WhatsApp, o homem teria ofendido a criança em seguida.
“Eu não quero essa sua pretinha feia e fedida com a minha filha mesmo ela está colocando a [nome censurado] no mesmo caminho do [nome censurado] e pra minha filha eu quero o melhor”, diz mensagem que teria sido enviada por Gercimar Maximiliano à atendente.
“Minha filha não entende o que é certo e errado mas se vocês insistir [sic] nisso essa sua neguinha que vai pagar o preço. […] Eu sou homem de bem de respeito mas pra defender minha filha eu mato quem precisar”, diz outro trecho que aparece em print compartilhado pela mulher.
Medo
Com as ameaças, Carolaine Vilela contou que precisou se mudar de casa para proteger a família. “Vou sozinha para o serviço, mas meus patrões precisam me trazer por conta do medo. Não consigo me sentir segura, porque tenho certeza da impunidade”, relata.
A mãe da vítima disse, ainda à TV Tem, que não teve reação ao receber as mensagens e ficou “despedaçada” depois. “Por mais que minha filha seja negra, eu não esperava que isso aconteceria agora. Vai acontecer um dia, mas não estava esperando. Foi muito cruel. Ela não consegue se defender. É uma criança”, completa.
A atendente ainda afirmou que não vai deixar que o vereador fique impune e defendeu que as ofensas sofridas pela filha não deveriam ser sofridas por ninguém.
O BHAZ entrou em contato com Gercimar Maximiliano de Matos por telefone e por mensagem, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. À TV Tem, o vereador disse que nunca falou com Carolaine e nega as acusações.
“Jamais, nunca na vida, eu teria coragem de ofender um adulto dessa forma, que dirá uma criança”, disse o parlamentar.
Investigação
Procurada pelo BHAZ, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso é investigado, sob sigilo, por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia Seccional de São José do Rio Preto.
Carolaine Vilela já foi ouvida pela Polícia Civil e a corporação também já coletou mensagens que podem auxiliar nas apurações.
“A mulher será ouvida novamente e o homem também será intimado para prestar depoimento. As investigações prosseguem para esclarecer os fatos”, informou a pasta.
