Número de óbitos por febre amarela quase dobra em uma semana em MG

Estado tem cobertura vacinal de 83,3% contra febre amarela

 

O avanço da febre amarela em Minas continua firme. E sem sinais de freio. Em uma semana, o número de óbitos causados pela doença praticamente dobrou. O último boletim epidemiológico, de terça-feira passada, apontava 36 mortes no Estado. O novo boletim, divulgado hoje pela Secretaria de Estado da Saúde, contabiliza 61 mortes.

O novo boletim epidemiológico consolida duas regiões mineiras – Zona da Mata e Central – como os locais de maior ocorrência da doença no Estado. As 25 novas mortes ocorreram em 20 municípios. Destes, nove estão na Zona da Mata; nove, na Central e duas no Sul de Minas. Na Zona da Mata estão Maripá de Minas, Rio Preto, Santos Dumont, Barra Longa, Ponte Nova, Porto Firme, Senhora de Oliveira, Juiz de Fora e Rio Novo.

Na região Central estão Aguanil, Belo Vale, Rio Manso, Carmo da Mata, Ouro Branco, Caeté, Mariana, Barão de Cocais e Itaverava. A febre amarela também matou em Conceição dos Ouros e Passa Tempo, no Sul de Minas.

No total, a febre amarela já matou em 36 dos 853 municípios mineiros. Dos 36, um total de 15 estão na Zona da Mata e 13 na Central. Na região sul estão cinco dos 36 município onde ocorreram e mortes e Centro-Oeste, três.

Atualmente, ocorreram no Estado 164 casos confirmados da doença, que apresenta um índice de letalidade de 37,2%. Porém, ambos os números podem aumentar, já que há 301 casos em investigação, que podem ser confirmados ou não como sendo da doença.

Do total de casos confirmados, 151 (92,1%) são do sexo masculino e 13 (7,9 %) do sexo feminino. A média de idade dos casos confirmados é de 47 anos. Ainda não há nenhum caso de pessoas vacinadas entre os infectados pela doença.

Os municípios de Mariana, na região Central; e Nova Lima, na Região Metropolitana da Capital, foram os que registraram mais mortes – seis cada uma. Belo Horizonte teve três mortes, mesmo número de Brumadinho, também na Região Metropolitana.

Atualmente, a cobertura vacinal acumulada de febre amarela em Minas Gerais é de 83,38%. Há uma estimativa de 3,29 milhão de pessoas não vacinadas no Estado, especialmente na faixa etária de 15 a 59 anos de idade, que também foi a mais acometida pela epidemia de febre amarela silvestre ocorrida  em 2017. Entre os 853 municípios do Estado, 37,63% (321) deles não alcançaram 80% de cobertura vacinal; outros 33,65% (287) dos municípios têm entre 80% e 94,9% de seus moradores vacinados; com mais de 95%, estão 28,72% (245) dos municípios mineiros com recomendação de vacina.

Ministério descarta risco de febre amarela urbana

O Ministério da Saúde, por meio de nota, descartou a existência de febre amarela urbana no Brasil. Há um caso suspeito, em São Bernardo do Campo, porém, os indícios é que o morador acometido pela doença trabalhava na zona rural do município, onde provavelmente contraiu a doença.

O Ministério da Saúde esclarece que todos os casos de febre amarela registrados no Brasil desde 1942 são silvestres, inclusive os atuais, ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes). Além disso, o que caracteriza a transmissão silvestre, além da espécie do mosquito envolvido, é que os mosquitos transmitem o vírus e também se infectam a partir de um hospedeiro silvestre, no caso o macaco.

A probabilidade de um novo surto de febre amarela urbana é baixa, por uma série de motivos. Todas as investigações dos casos conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas; em todos os locais onde ocorreram casos humanos também ocorreram casos em macacos; todas as ações de vigilância entomológica, com captura de vetores urbanos e silvestres, não encontraram a presença do vírus em mosquitos do gênero Aedes; já há um programa nacionalmente estabelecido de controle do Aedes aegypti em função de outras arboviroses (dengue, zika, chikungunya), que consegue manter níveis de infestação abaixo daquilo que os estudos consideram necessário para sustentar uma transmissão urbana de febre amarela, é o que diz a nota do Ministério da Saúde.

Redação Bhaz, com Agência Brasil

Marcelo

Marcelo Freitas é redador-chefe do Bhaz

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