Homicídio, pornografia infantil e nazismo: operação em MG mira crimes contra crianças e adolescentes na internet

15/04/2025 às 12h19 - Atualizado em 15/04/2025 às 14h24
(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Um esquema de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes é alvo de investigação da Polícia Civil em diversos estados do Brasil. A operação “Adolescência Segura” foi deflagrada nesta terça-feira (15) e conta com diligências em Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Sul. Até o momento, dois homens foram presos e dois menores foram apreendidos, um deles em Belo Horizonte.

A operação da polícia é conduzida pela Delegacia da Criança e dos Adolescente Vítima (DCAV), com o apoio de policiais civis de sete estados e do CyberLab da Secretaria Nacional de Segurança. Ao longo da mobilização, serão cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, além de internação provisória de adolescentes infratores.

As autoridades classificam o grupo investigado como uma “rede criminosa altamente estruturada”. Entre os crimes apurados, estão tentativa de homicídio, induzimento e instigação ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil, maus-tratos a animais, apologia ao nazismo e crimes de ódio em geral.

Investigação

As investigações iniciaram em 18 de fevereiro de 2025, quando um morador de rua, que estava dormindo, foi atacado no Rio de Janeiro e teve 70% do seu corpo queimado por um adolescente que atirou dois coquetéis molotov em sua direção, enquanto um homem filmava todo o evento e transmitia em tempo real em uma plataforma online.

A partir disso, por meio de trabalhos de inteligência, policiais da DCAV descobriram que o crime bárbaro não se tratava de um fato isolado. Os administradores do servidor utilizado no crime compunham verdadeira organização criminosa altamente especializada em diversos crimes cibernéticos tendo como principais alvos crianças e adolescentes.

“A atuação do grupo é tão significativa no cenário virtual que mereceu a atenção de duas agências independentes dos Estados Unidos, que emitiram relatórios sobre os fatos, contribuindo com o trabalho dos policiais civis envolvidos no caso”, diz a corporação em nota.

As investigações revelaram uma atuação criminosa que se espalhava por diferentes plataformas digitais, utilizando mecanismos de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar.

As investigações seguem para identificar os demais integrantes da organização criminosa.

Isabella Guasti

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023. Vencedora do prêmio CDL/BH de jornalismo 2024.

Isabella Guasti

Email: [email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023. Vencedora do prêmio CDL/BH de jornalismo 2024.

Mais lidas do dia

Leia mais

Acompanhe com o BHAZ