Passista é internada para retirada de miomas no útero e tem braço amputado no Rio

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Adriana dos Santos precisava tirar nódulos do útero, mas teve o órgão inteiro retirado e acabou perdendo parte do braço (Reprodução/TV Globo)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga o caso de uma passista de 35 anos que se internou, em São João de Meriti, para retirar miomas no útero e acabou com parte de um dos braços amputada.

Alessandra dos Santos Silva contou ao “Bom dia Rio” (TV Globo) que começou a sentir dores e ter sangramentos em agosto do ano passado e, após alguns exames, descobriu os miomas.

A mulher foi orientada a fazer a retirada imediata dos nódulos. Assim, quase seis meses depois, já no fim de janeiro deste ano, foi convocada para operar pela rede pública no Hospital da Mulher Heloneida Studart.

O procedimento levou a uma série de complicações e, após ser transferida de hospital, os médicos disseram que era “ou era a vida de Alessandra, ou era o braço”.

Sonho de ser mãe foi interrompido

“Só lembro mesmo disso, de acordar em outro hospital sem o braço”, disse a mulher, que também é trancista, à reportagem da Globo.

Alessandra passou pela cirurgia na manhã do dia 3 de fevereiro e, à noite, os médicos detectaram uma hemorragia. A equipe avisou à família de que ela teria que retirar o útero inteiro, procedimento que foi realizado e interrompeu o sonho de ser mãe da mulher, que é noiva há 11 anos.

Pouco tempo depois, ela ficou com as pontas dos dedos escurecidas e acabou transferida ao Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo. A família relatou que, naquele momento, o braço da passista estava “praticamente preto”.

Alessandra ficou entre a vida e a morte

Já no dia 10 de fevereiro, quatro dias após um médico drenar o braço da passista, o hospital avisou que o procedimento “não deu certo”. A unidade de saúde contou à família sobre a necessidade da amputação, já que havia risco à vida da paciente, e o procedimento foi realizado.

Mesmo após a cirurgia, o estado da mulher se agravou. Com o rim e o fígado falhando, ela teve risco de uma infecção generalizada. Em 12 de fevereiro, foi extubada e teve alta três dias depois.

Alessandra voltou ao hospital para a revisão da amputação, no dia 28 de fevereiro, e o médico se assustou com o estado dos pontos no braço e na barriga. A recomendação era de que ela retornasse ao Heloneida Stuart, mas a família se recusou e decidiu procurar outros locais.

Casas de saúde recusaram dar tratamento

Ainda segundo a reportagem da Globo, diversos hospitais recusaram a passista. Foi somente em 4 de março que ela foi internada no Hospital Maternidade Fernando Magalhães e transferida para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Um mês depois, no início de abril, recebeu alta.

Agora, família e amigos lutam para arcar com os custos dos medicamentos e fisioterapia da mulher. Eles tentam pegar os prontuários na intenção de entrar com uma ação contra o estado.

Por meio de nota ao BHAZ, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro informa que abriu sindicância para apurar o caso (confira abaixo na íntegra).

Nota da Secretaria de Estado de Saúde na íntegra

“A Fundação Saúde, que administra o Hospital da Mulher Heloneida Studart (HMulher), lamenta o ocorrido e informa que abriu sindicância para apurar o caso. A Fundação Saúde informa ainda que, após a paciente ter alta médica do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, a equipe do HMulher entrou em contato com familiares para acompanhamento ambulatorial.”

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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