‘Patrão’ humilha e ameaça diarista após ela desmarcar dia de trabalho

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Maria José de Souza Marques foi humilhada por Valeriano Pinto Coelho Filho (Maria José/Arquivo Pessoal + Reprodução/Google Street View)

Um cerimonialista tornou-se alvo de críticas depois de humilhar uma diarista. Tudo ocorreu após a trabalhadora avisá-lo que não poderia trabalhar na data combinada, em Anápolis (GO), na sexta-feira (6). Em áudios divulgados por Maria José de Souza Marques, de 54 anos, é possível notar a forma agressiva e desrespeitosa com a qual Valeriano Pinto Coelho Filho, 59, a trata. A Polícia Civil foi acionada para investigar o caso. 

“Tenho ódio de me misturar com gentalha como você. No dia que eu te ver na rua, gentalha, vou cuspir na sua cara”. O áudio revoltando foi enviado pelo cerimonialista após a trabalhadora desmarcar o combinado. O BHAZ entrou em contato com Valeriano, que disse que Maria José, a quem chama de Zezinha, é uma pessoa que trabalha na casa dele esporadicamente.

“Em um momento de nervoso, eu mandei um áudio para ela. Eu não postei em redes sociais, não a difamei, não a caluniei. Mandei para ela um áudio realmente ridículo. Não é o meu perfil. Quem me segue nas redes sociais, sabe que durante a pandemia, eu, com minha humilde vida, pude ajudar muitas famílias”, explica Valeriano.

Áudio gerou revolta

Áudio de Maria José: “Valeriano, não vou poder ir. O homem me ligou agora e estava me arrumando para ir para sua casa. O mocotó lá acabou e eu tenho que descer para fazer. Infelizmente, não vou poder ir, me desculpa aí. Tenta arrumar outra pessoa, tá bom?.

Áudio de resposta de Valeriano Filho: “Com certeza vou arrumar outra pessoa. Pessoa digna de frequentar minha casa e limpar as minhas sujeiras. Você não é digna de limpar nada. Para mim, você não passa de um lixo. No dia que eu te ajudei com aqueles tijolos, foi por causa do [Nome de homem]. Dá vontade de ir aí e quebrar tijolo por tijolo na sua cabeça. Vai fazer mocotó que é comida de pobre. Isso que você sabe fazer. Tenho ódio de me misturar com gentalha como você. No dia que eu te ver na rua, gentalha, vou cuspir na sua cara. Não cruza meu caminho. Se você não tem hombridade de honrar seus compromissos, eu tenho“.

Perdão

Valeriano disse que conhece a diarista há 15 anos e que a ajudou várias vezes. “Eu quero pedir perdão para ela pelo áudio que eu mandei. Acho que quem expôs esse fato na mídia foi a família dela, não fui eu. Isso me acarretou um desgaste muito grande, porque as pessoas se acham no direito de comentar sobre vidas que não conhecem. Você escuta comentários desagradáveis pessoais. Pessoas que estão me ligando e me ofendendo, me xingando, me humilhando”.

Contudo, segundo a diarista disse ao G1, eles não têm vínculos de amizade e que apenas trabalhou na casa do homem em algumas ocasiões. “Não sou de casa como ele diz. Ele não pode falar assim com uma faxineira. Não tem o por que ele fazer isso comigo ou com qualquer outro ser humano que tem convívio com ele”, desabafou Maria José.

O BHAZ entrou em contato com a Polícia Civil de Goiás e aguarda posicionamento sobre o caso.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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