PF cumpre 600 mandados contra PCC e Justiça bloqueia R$ 252 milhões

operacao contra pcc
Valor era enviado como recompensa para membros da facção em presídios (Divulgação/Polícia Civil)

A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã de hoje (31), a segunda fase da maior operação policial da história contra o PCC (Primeiro Comando da Capital). Conforme a assessoria de imprensa da polícia, são mais de 600 mandados concedidos pela operação que investiga o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro praticados pelos membros da facção criminosa.

São 422 mandados de prisão preventiva e 201 de busca e apreensão, que devem ser cumpridos em 19 estados e no Distrito Federal. Serão cumpridos ainda 876 ordens judiciais, simultaneamente, em mais de 90 cidades brasileiras na fase 2 da Operação “Caixa Forte”. A Justiça de Minas determinou também que fosse bloqueado o valor de R$ 252 milhões em contas associadas ao PCC.

Investigação

Os presos são investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas combinadas podem chegar a 28 anos de prisão. Entre os investigados, encontram-se integrantes do alto escalão do PCC recolhidos em presídios federais.

Segundo o delegado da PCMG, que participa da força-tarefa, Murilo Ribeiro, o dinheiro era obtido pela atuação no tráfico de drogas e consequente lavagem de dinheiro. Em seguida, enviado para recompensar os membros do alto escalão. “Eles recebiam valores mensais da facção por terem ocupado cargos de destaque na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo, assassinatos de servidores públicos”, detalhou.

agentes da Policia civil e policia federal
Operação batizada de Caixa Forte teve a segunda fase iniciada nesta segunda-feira (Divulgação/Polícia Civil)

O delegado da PF, Alexsander Oliveira, explica que essa é a maior operação da história contra o PCC. A investigação pretende desarticular a facção por meio da descapitalização. “Os criminosos indicavam contas de pessoas que não pertencem à facção para que os valores, resultantes das atividades ilícitas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal”, detalhou.

Em Minas Gerais, a força-tarefa responsável pela operação é integrada pela Polícia Civil do estado, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Departamento Penitenciário de Minas Gerais e pelo Departamento Penitenciário Federal.

Como surgiu e como funciona o PCC

O Primeiro Comando da Capital (PCC) teve origem em 1992, quando a Polícia Militar matou 111 detentos do pavilhão 9 do extinto Carandiru. Um ano mais tarde, durante durante uma partida de futebol no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté, oito detentos criaram a organização criminosa. O intuito era vingar a morte dos detentos do Carandiru, além de combater o que eles consideram ser “opressão dentro do sistema prisional paulista”.

A partir daí, o PCC cresceu e se espalhou por vários presídios do país. Os “irmãos”, como são conhecidos os membros, pagam uma espécie de mensalidade para contar com a proteção da facção. O PCC se capitaliza ainda com o tráfico de drogas.

Edição: Aline Diniz
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!