A Polícia Federal informou que encontrou, nesse domingo (12), um cartão de saúde com nome de Bruno Pereira e outros pertences do brasileiro e de Dom Phillips. Na parte da tarde, o Corpo de Bombeiros disse que encontrou uma mochila, um notebook e um par de sandálias no local onde são feitas das buscas pelo indigenista e pelo jornalista inglês no interior do Amazonas. A dupla está desaparecida desde o último dia 5.
O órgão divulgou uma lista detalhada do que foi encontrado até o momento. Segundo a PF, foram encontrados o cartão de saúde, uma calça preta, um chinelo preto e um par de botas de Bruno. De Dom Phillips, foram localizados um par de botas e uma mochila com algumas roupas. Os materiais foram encontrados por volta das 16h e encaminhados para a perícia em Manaus.
Ainda de acordo com a PF, a mochila estava amarrada a uma árvore, em área de igapó, terreno de mata alagada. Um grupo de indígenas que acompanham as buscas confirmou que a mochila pertencia a um dos dois desaparecidos.
O caso
Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira (3) no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com a população indígena da região.
Segundo a Unijava (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), os dois deveriam retornar no domingo (5) para a cidade de Atalaia do Norte por volta de 9h da manhã, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de “Churrasco”.
“A última informação de avistamento deles é da comunidade São Gabriel – que fica abaixo da São Rafael – com relatos de que avistaram o barco passando em direção a Atalaia do Norte. Às 16h, outra equipe de busca saiu de Tabatinga, em uma embarcação maior, retornando ao mesmo local, mas novamente nenhum vestígio foi localizado”, diz a nota da organização.
Ainda segundo a Univaja, Bruno Pereira, que faz parte do quadro da Funai (Fundação Nacional do Índio), é pessoa “experiente e profundo conhecedor da região”. Os dois viajavam com uma embarcação nova, com combustível suficiente para a viagem.
A equipe vinha recebendo ameaças em campo na semana do desaparecimento, segundo relato dos colaboradores da organização. O MPF (Ministério Público Federal) instaurou, nessa segunda, um procedimento administrativo para apuração do desaparecimento. A Polícia Federal também investiga o desaparecimento.