Professor que disse ‘admirar Hitler’ em sala de aula é indiciado

Professor diz admirar Hitler
Justiça negou a prisão preventiva do professor (Reprodução/Redes sociais)

O professor de história que disse admirar o líder nazista Adolf Hitler em sala de aula foi indiciado pela Polícia Civil de Santa Catarina. A Justiça também o afastou do cargo, mais uma vez, a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

O delegado Juliano Baesso informou ao g1 que o professor é investigado por discriminação de raça e apologia ao crime. O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário. O BHAZ procurou a Polícia Civil para confirmar a informação e aguarda retorno.

A Lei 7.716/89 prevê que é crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” e “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.

Justiça nega prisão

O MPSC pediu à Justiça a prisão preventiva do professor à Justiça, incluindo o afastamento do cargo como medida alternativa. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) negou o pedido de prisão, mas determinou o afastamento do professor durante 180 dias.

Em novembro de 2022 ele já havia sido afastado por 90 dias após fazer discursos nazistas em um grupo de WhatsApp. Nas mensagens, ele chegou a afirmar que “Hitler foi melhor que Jesus” e que “se tivéssemos Hitler como governo não seríamos o país de idiotas que somos”.

Decorrido o prazo, ele retornou à escola. Com o novo caso, o MPSC requereu pela prisão, e a Justiça determinou que, em caso de nova reincidência, a prisão preventiva poderá ser decretada.

Vídeo registra apologia

Vídeo registrado por alunos de uma escola do município de Imbituba mostra o momento em que o professor de história diz admirar o líder nazista Adolf Hitler.

“O Hitler botava umas roupas aqui para encher o peito, e ele tinha pernas curtas, era baixinho”, diz o professor em determinado momento. Um dos adolescentes, então, contesta: “E o professor apoia o que ele fez?”.

“Sim, claro. Por isso que me chamam de nazista”. O aluno então questiona se o professor apoia o nazismo e o docente chega a perguntar se “tem alguém gravando” antes de responder.

“Cara, eu tenho a imaginação que pela época… tem alguém gravando?… eu tenho uma admiração pelo Hitler enormemente. Mas pera lá, não confundam aqui, eu sou um cara que está lendo o Hitler”, diz ele.

Em nota enviada ao BHAZ, a Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina disse que “assim que tomou conhecimento da conduta do professor na manhã desta terça-feira (14) começou a tomar todas as medidas cabíveis, visto que existe um processo em andamento”.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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