A Seduc-SP (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) afastou o professor que se vestiu como membro da Ku Klux Klan em uma escola estadual do município de Santo André (SP). Segundo a atlética do colégio, os alunos vaiaram e retiraram o educador da quadra no momento em que o viram com a vestimenta. O vídeo do professor com a roupa da organização terrorista circulou pela web ontem (21).
Procurada pelo BHAZ, a secretaria confirmou o afastamento do professor de história assim que soube do caso, e informou, por meio de nota, que a suspensão é válida até o término da apuração do ocorrido. “A Diretoria de Ensino de Santo André formou uma comissão interracial para averiguar os fatos”, diz o comunicado (leia na íntegra abaixo).
A atlética da escola, que é formada pelos alunos do terceiro ano do Ensino Médio, também prestou esclarecimento a respeito do assunto, nessa terça-feira (21). Segundo informaram, o episódio aconteceu no dia 8 de dezembro, quando ocorria o último dia da “Semana Temática” da escola.
Professor foi vaiado por alunos
Na ocasião, os alunos do terceiro ano, e também professores e funcionários, podiam ir fantasiados para um desfile que ocorreria. Conforme o comunicado, o professor de história se vestiu como membro da Ku Klux Klan sem o conhecimento do Grêmio, da Atlética ou do colégio.
Além de ter sido vaiado e retirado da quadra pelos alunos, o educador tirou a fantasia e foi encaminhado para a direção da escola. De acordo com a atlética, “a direção solicitou que o professor prestasse esclarecimentos sobre o ocorrido”.
Ademais, “os representantes de sala presentes no dia foram convocados pela equipe gestora da unidade escolar, que se retratou com os mesmos, afirmando que a escola não compactua com nenhuma atitude, pensamento ou ideias racistas ou preconceituosas”.
Escola se retrata com alunos
A direção da escola solicitou que os representantes de turma “repassassem esse esclarecimento às suas respectivas salas”. O caso acabou sendo registrado na unidade escolar e encaminhado à diretoria de ensino, órgão que “pode tomar medidas a respeito do ocorrido”.
O caso foi registrado na unidade escolar e encaminhado a diretoria de ensino, órgão responsável por cuidar de casos ocorridos nas escolas estaduais e que pode tomar medidas a respeito do ocorrido. O deputado estadual de São Paulo, Carlos Giannazi (PSOL), também encaminhou o caso para a Seduc.
Com a repercussão do caso nas redes sociais, o político informou, na segunda-feira (20), que tomaria providências. “Inaceitável! O deputado Carlos Giannazi já tomou providências e acionará a Seduc e a Diretoria de Ensino de Santo André, contra essa cena racista e deplorável”, disse.
Instituições não compactuam com racismo
A secretaria da educação disse “que não admite qualquer forma de discriminação e injúria racial. Com o compromisso de combater casos de racismo, a Seduc-SP trabalha veemente na formação de toda a rede com a Trilha Antirracista, bem como atua na promoção de um ambiente solidário, colaborativo, acolhedor e seguro nas escolas”.
O órgão, bem como a Diretoria de Ensino de Santo André, também se colocaram à disposição dos pais e/ou responsáveis para esclarecimentos sobre o fato. A atlética da escola informou que tomou “todas as medidas que estavam ao seu alcance”.
“O Grêmio Estudantil e a Atlética da Escola Estadual Amaral Wagner não compactuam com o ato do professor e repudiam qualquer tipo de preconceito e discriminação”, reiteraram os alunos do terceiro ano do Ensino Médio. Confira a nota de esclarecimento:
Entenda o caso
O caso tomou conta das redes sociais nessa terça-feira, pois um dos alunos havia gravado o professor na quadra usando roupas do grupo terrorista Ku Klux Klan, e o vídeo circulou pela web. Segundo o Mundo Educação, a Ku Klux Klan é uma organização estadunidense marcada pelo supremacismo branco, que promove ataques terroristas contra pessoas negras.
Uma das formas de identificação do grupo era a vestimenta composta de um lençol branco no corpo e um capuz branco sob o rosto, mesma roupa usada pelo professor. Essa caracterização tinha como objetivo assustar os negros libertos da escravidão nos Estados Unidos.
Posicionamento da Seduc na íntegra
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informa que, assim que soube do caso, abriu apuração preliminar e afastou imediatamente o professor envolvido, que é efetivo, até o término da apuração. A Diretoria de Ensino de Santo André formou uma comissão interracial para averiguar os fatos.
A Pasta não admite qualquer forma de discriminação e injúria racial. Com o compromisso de combater casos de racismo, a Seduc-SP trabalha veemente na formação de toda a rede com a Trilha Antirracista, bem como atua na promoção de um ambiente solidário, colaborativo, acolhedor e seguro nas escolas.
A gestão da unidade e a Diretoria de Ensino de Santo André estão à disposição de pais e/ou responsáveis para esclarecimentos.