Queiroga alfineta governadores e diz que vacinar e testar é ‘mais efetivo’ que ‘enviar ofício’ à Saúde

Queiroga
Declaração foi feita durante a cerimônia de recepção das doses de vacina para crianças (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alfinetou governadores brasileiros ao dizer que promover ações de vacinação e testagem de Covid-19 é “muito mais efetivo” do que “enviar ofício” à pasta. A declaração foi feita durante a cerimônia de recepção das doses de vacina para crianças, que chegaram nesta quinta-feira (13) ao Brasil.

Queiroga anunciou hoje que o Ministério da Saúde vai distribuir 28 milhões de testes de detecção da Covid-19 aos estados, ainda neste mês. Segundo ele, 13 milhões desse montante serão enviados até o sábado (15). Em fevereiro, mais 7,8 milhões de testes estão previstos para distribuição.

“É necessário que os estados e os municípios se associem nessa questão da testagem, porque na ponta quem testa são os municípios, não é o Ministério da Saúde. Sem os municípios e sem os 5.570 secretários Municipais de Saúde, não tem testagem e vacina”, disse o ministro.

Marcelo Queiroga afirmou que há vacinas estocadas em alguns estados, e chamou a atenção dos governadores: “O lugar de se colocar vacina é no braço da população”.

“Então peço o apoio dos governadores, dos secretários Estaduais de Saúde, para que apliquem essas vacinas. Muito mais efetivo do que enviar ofício pro ministro da Saúde é, na ponta, fazer com que as políticas públicas de saúde tenham concretude”, alfinetou o responsável pela pasta.

Conass enviou ofício ontem

Ainda nessa quarta-feira (12), o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) enviou um ofício ao ministro da Saúde, pedindo que ele reconheça uma nova onda da Covid-19 e amplie as ações de testagem e imunização.

No documento, assinado pelo presidente do Conass e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, o Conass afirma que o crescimento de casos de Covid-19 no país é impulsionado pela variante ômicron e “volta a impor desafios aos sistemas de saúde público e privado do país”.

Confira os pedidos feitos pela entidade ao ministro da Saúde:

  • A autorização imediata de funcionamento, nas condições adotadas ao longo do ano de 2021, de toda a rede hospitalar implantada no país para o enfrentamento à COVID-19, não contemplada com a habilitação permanente definida em recente pactuação tripartite, no que tange à internações em leitos clínicos e de terapia intensiva;
  • O aporte de recursos financeiros para abertura, no menor tempo possível, de pontos de testagem em massa para acesso de primeiro contato de toda a população, considerando o aporte de R$ 4,00 (quatro reais) por teste enviado a cada Estado/Município;
  • O posicionamento claro, por parte da Vigilância em Saúde do Ministério, sobre o cancelamento nacional de eventos de carnaval de rua e outros, onde não haja possibilidade de controle de acesso, com a obrigatoriedade de comprovante de vacinação e teste negativo;
  • O monitoramento nacional do potencial de desabastecimento de medicamentos, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Kits de Intubação;
  • A imediata deflagração de campanha pela imunização completa de toda a família brasileira, com destaque para a vacinação infantil, de modo a estimular a adesão plena da vacinação de crianças;
  • A inclusão imediata da vacinação de crianças e adolescentes contra a Covid-19 no calendário nacional de vacinação

Vacinas para crianças

Chegaram hoje no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo, 1,24 milhão de doses da vacina contra a Covid-19 para crianças da Pfizer. O carregamento é o primeiro de três lotes que devem chegar ao Brasil até o fim do mês. Até o fim de março, o governo federal espera receber 20 milhões de doses de vacinas pediátricas.

A aplicação do imunizante em crianças de 5 a 11 anos foi autorizada em dezembro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O governo federal incluiu, na semana passada, o público dessa faixa etária na campanha de vacinação contra a Covid-19.

“Essa aplicação começou no mês de novembro, sobretudo nos Estados Unidos. Mais de 8 milhões de doses foram aplicadas nos Estados Unidos, nas crianças de 5 a 11 anos, e não têm sido notificados eventos adversos maiores”, disse Marcelo Queiroga na cerimônia no centro do distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos.

“Portanto, até o que sabemos, no momento, existe segurança atestada não só pela Anvisa, mas por outras agências regulatórias, para aplicação dessas vacinas”, completou o ministro da Saúde.

Agência Brasil

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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