‘Quiosque Moise’ é inaugurado e entregue à família de congolês assassinado no Rio de Janeiro

quiosque moise
A inauguração do quiosque Moise acontece na data em que é celebrado o Dia da Independência da República Democrática do Congo (Beth Santos/Prefeitura do Rio)

A Prefeitura do Rio de Janeiro entregou, nesta quinta-feira (30) o “quiosque Moise”, em homenagem ao jovem congolês Moïse Kabagambe que foi brutalmente espancado na Barra da Tijuca em janeiro deste ano. O espaço ficará localizado no Parque Madureira, na Zona Norte da cidade.

A inauguração, que acontece na data em que é celebrado o Dia da Independência da República Democrática do Congo, foi marcada por dança, música e muita emoção. A família do jovem esteve presente na cerimônia e leu uma carta em homenagem a Moïse.

“Hoje faz exatamente 5 meses e 6 dias que nossos corações sangraram. Hoje acreditamos que a história de Moïse teria caído no esquecimento se não fosse nossa luta junto a todo mundo que nos apoiou. Agradecemos a todas as pessoas que se uniram para nos auxiliar na busca por justiça para nosso filho para que se avance o julgamento de seus algozes. Gritemos juntos não ao racismo e não à xenofobia”, diz o texto.

‘A gente não vai aceitar xenofobia’

O projeto do quiosque foi realizado pela Prefeitura do Rio e pela concessionária Orla Rio como uma oportunidade de negócio para a família empreender e disseminar a cultura do Congo aos cariocas e turistas. Localizado próximo ao portão 1 do parque, o espaço possui 154 metros quadrados de área total e capacidade para 60 lugares.

“É um sinal claro que a gente não vai aceitar no Rio, no Brasil, atos de xenofobia, de racismo, de preconceito e mortes tão violentas, tão sem sentido como esta do Moïse. É óbvio que a gente não vai reparar a dor da família, mas é uma forma de homenagear e lembrar permanentemente desse ato bárbaro que acabou com a vida de um homem”, disse Eduado Paes, prefeito do Rio.

A arquitetura e cores do local foram inspiradas na cultura africana. O espaço ainda conta com um grafite exclusivo do artista Airá Ocrespo, que é conhecido por trazer em todas as suas obras o empoderamento negro. O local também conta com uma arte em azulejos com o rosto do congolês e funcionará como pólo cultural congolês, por meio da parceria com o Instituto Akhanda.

(Beth Santos/Prefeitura do Rio)
Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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