Com a repercussão da capa da revista IstoÉ que compara o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a Adolf Hitler, um apoiador do mandatário decidiu ir às ruas e “protestar” contra a publicação. O bolsonarista foi a uma banca de jornal e comprou todas as edições da revista disponíveis – apenas quatro – para rasgá-las e demonstrar repúdio à capa.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, o homem aparece pagando R$ 60 pelas quatro edições da revista, mostra o recibo da compra e convida quem assiste a fazer o mesmo. Em seguida, ele rasga as páginas e diz: “é isso que tem que ser feito”.
“Quatro pessoas não vão ver os anúncios desta revista hoje. Lixo, imprensa do c*”, declara o bolsonarista enquanto destrói as revistas. A mulher que grava o vídeo ainda comenta que uma senhora que passou pela rua teria dado parabéns ao homem pela atitude.
Pessoal revoltado com a capa da IstoÉ e sua reportagem criminosa. Mas, os iluministros fazem cara de paisagem! pic.twitter.com/uuW33Kw55y
— Gil Diniz (@carteiroreaca) October 16, 2021
O vídeo viralizou nas redes sociais e dividiu opiniões, até mesmo entre os apoiadores do presidente. Alguns apoiaram a decisão, enquanto outros argumentaram que comprar várias edições da revista daria dinheiro à IstoÉ, indo contra a ideia do boicote.
“Apenas está ajudando a revista a lucrar, jogou dinheiro fora, só quem compra esse lixo são os ‘fora Bolsonaro’, o restante do está cagando e andando para essas matérias. Tem é que processar a editora!”, escreveu um bolsonarista no Twitter.
Já os opositores ao presidente riram da atitude do homem e ironizaram a situação, comparando a ação com atitudes “de quinta série”. “Vou sabotar a revista fazendo-a lucrar 4x mais e aumentar a sua tiragem! O importante é defender o capitão!” JÊNIO (sic)”, brincou um internauta.
A capa da IstoÉ
A revista IstoÉ trouxe, na capa dessa sexta-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro em uma comparação a Adolf Hitler, líder da Alemanha nazista na primeira metade do século 20. Pouco após a revista começar a circular, muitos apoiadores do presidente da República criticaram a publicação.
A capa da revista traz o chefe do Executivo nacional com um penteado semelhante ao de Hitler e, em vez do famoso bigode, a palavra “genocida” está cravada bem abaixo do nariz do presidente. A IstoÉ traz como destaque o fato de Bolsonaro declarar que não vai se vacinar contra a Covid e questiona sobre sua responsabilidade diante da pandemia.
A edição também destaca que a CPI da Covid deve apontar Bolsonaro por 11 crimes cometidos em sua gestão na pandemia, como genocídio e charlatarismo. A revista avisa que “a história já deu seu veredito, mas falta a Justiça condená-lo”.
Fábio Faria, ministro das Comunicações, disse na manhã de ontem, pelo Twitter, que a capa é “criminosa e inescrupulosa”. “Estamos em processo de pacificação e somos surpreendidos com essa capa asquerosa. Que os órgãos competentes adotem as medidas legais cabíveis!”.
Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secom (Secretaria de Governo) da Presidência da República, também não poupou críticas a IstoÉ. “Fica cada vez mias evidente o cinismo político. Uma capa inaceitável! O silêncio impera”, disse pelo Twitter.