Após delação premiada dos dois executores do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, os dois suspeitos de mandar matar a política foram presos neste domingo. Além deles, foi preso o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, suspeito de interferir nas investigações do crime.
A Polícia Federal realizou na manhã de hoje a Operação Murder Inc que apura os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Neste domingo foram presos os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa. O primeiro é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e seu irmão, Chiquinho, era deputado federal pelo União Brasil. O terceiro preso era chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro à época do crime e ex-chefe da Delegacia de Homicídios.
Além das prisões, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em endereços na capital carioca, inclusive no TCE-RJ.
As prisões dos três se dá após as delações de Élcio Queiroz e Ronnie Lessa, os dois executores do crime.
Élcio foi o primeiro a assinar delação premiada. Ele assumiu ter dirigido o carro no dia do crime e apontou Ronnie Lessa como o executor dos vários disparos que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes.
Na semana passada, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski noticiou a delação premiada de Ronnie Lessa. O policial disse aos investigadores da Polícia Federal quem eram os mandantes do assassinato da vereadora e consequente morte do motorista.
Segundo a repórter Juliana Dal Piva, do ICL Notícias, na delação de Ronnie Lessa, ele teria dito que Rivaldo Barbosa deu aval para o assassinato da vereadora do Psol e garantido que não haveria punição pelo crime.
Em entrevista à Globo News, a irmã de Marielle Franco e ministra da Igualdade Racial do governo Lula, Anielle Franco, ao saber do possível aval do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, ficou em estado de choque e, em prantos, desabafou: “Era quem deveria estar protegendo. É preciso dizer que é uma luta contra um sistema que é corrompido do início ao fim. Apelo ao mundo, independente do que a Marielle defendia, ninguém merecia”.