Thales Bretas homenageia Paulo Gustavo dois meses após sua morte

Paulo Gustavo e Thales Bretas
Thales também criticou o governo Bolsonaro (Reprodução/@thalesbretas/Instagram)

O médico Thales Bretas, viúvo do ator Paulo Gustavo, que morreu em decorrência da Covid-19, usou a rede social nesse domingo (5) para homenagear o marido, dois meses após a sua morte. O texto emocionante menciona a saudade, a gratidão pelo tempo juntos, os dois filhos do casal, e lembra das mais de 500 mil famílias que perderam entes queridos para a doença no país. O médico ainda critica a condução do governo Bolsonaro na pandemia e fala sobre a falta de empatia do presidente.

“21:12. Exatos dois meses sem a esperança de te reencontrar, de te ver acordar e te receber de braços abertos na nossa família e na nossa casa. Embora tenha ficado quase 2 meses internado, eu conseguia te sentir pertinho, cuidar de você, colocar as músicas que você gostava no ouvido e te fazer um carinho, como fazia toda noite no seu ritual para dormir”, começa o viúvo, que lembrou do horário da morte de Paulo Gustavo, no horário mencionado no início do texto.

“Agora eu escuto o silêncio da sua ausência. Ainda mais forte que a sua presença avassaladora. Sempre penso: que sorte a minha ter vivido nesses 7 anos o maior amor que eu poderia experimentar! Nosso casamento, nossos filhos, nossa família, nossa rotina… Mas é inevitável pensar também o por quê disso tudo ter sido arrancado da minha vida tão precocemente!”, continua Thales, já mencionando a condução de Bolsonaro na pandemia.

“Não me sinto injustiçado, porque sei que Deus traz pro mundo e leva de volta quem ele quer e na hora que precisa. Que bom que ele me trouxe você! Mas me sinto, sim, uma das mais de 500.000 famílias brasileiras vítimas de uma pandemia e de um desgoverno avassalador nesse momento tão delicado em que o mundo vive”, solidariza-se Thales.

“Quando mais precisamos de empatia, de saúde, de acolhimento, temos piadinhas infames e desrespeito dos que deveriam nos representar”, lembra o médico, em referência à episódios como no mês passado, quando o Brasil atingiu a marca de meio milhão de mortos pela Covid, e o presidente mandou uma mensagem em tom irônico ao tratar sobre a doença (veja aqui). Já no momento em que o país chegava à marca de 100 mil, em agosto do ano passado, e 200 mil, no começo deste ano, Bolsonaro economizou palavras de conforto e disse para os brasileiros tocarem a vida.

Um dos episódios mais famosos aconteceu no começo da pandemia, quando Bolsonaro foi perguntado sobre as mortes por Covid-19 no Brasil e respondeu: “Não sou coveiro“. O presidente também já imitou uma pessoa com falta de ar, um dos sintomas mais graves da doença.

‘Nossos dois tesouros’

No final da homenagem, Thales falou dos dois filhos pequenos do casal, Romeu e Gael, que estão próximos de completar 2 anos. “Agora convivo com a tristeza que faz a falta da sua alegria! Meu coração segue apertado, machucado, mas cicatrizando para amar em dobro nossos dois tesouros, e cuidar da nossa família por nós dois!”, escreveu.

“Onde quer que esteja, receba todo meu amor e gratidão por tudo que foi, é e sempre será para nós! Provavelmente não vai ser aqui, lendo esse Instagram tão mundano, mas quem sabe emano nesse post a energia do amor pro universo?! E você, conectado como é, de certo já tem um [celular] e Wi-Fi por aí. Te amo pra sempre!!! Olhai por nós!”, finaliza o viúvo.

Relembre

O ator Paulo Gustavo morreu aos 42 anos, no dia 4 de maio, em decorrência de complicações da Covid-19. O artista estava internado em um hospital em Copacabana, no Rio de Janeiro, desde 13 de março. Ele chegou a apresentar melhoras ao longo do tratamento, mas teve piora súbita e faleceu. Thales contou, na mesma semana, ao Fantástico, que os filhos do ator e do médico, mesmo muito novos, já perguntavam pelo pai

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestou, horas depois da morte, sobre o falecimento do ator. Os pêsames do governante causaram revolta em muitos internautas, que o culparam pela morte de Paulo Gustavo. No final do mês seguinte, Ju Amaral, irmã do humorista, publicou uma carta aberta com duras críticas a Bolsonaro. “Nunca mais ponha na sua boca o nome do meu irmão”, começa o texto.

Edição: Vitor Fernandes

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