Os ministérios Público e do Trabalho de São Paulo investigam denúncias de que a Igreja Universal do Reino de Deus estaria obrigando pastores e bispos a fazer vasectomia para que se mantenham nos cargos. A instituição enfrenta pelo menos dez processos judiciais contra a prática de esterilização sugerida a colaboradores. Apesar disso, nega que tenha influenciado os homens a passar pelo procedimento. As informações foram reveladas pela colunista Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
As investigações contra a Universal foram iniciadas depois que a igreja sofreu uma derrota no Tribunal de Justiça. A entidade foi condenada a pagar R$ 150 mil a um homem que disse ter sido obrigado a fazer a cirurgia como condição para exercer atividades de pastor.
De acordo com a publicação, representantes da Universal foram intimados para prestar esclarecimentos a respeito das denúncias e a igreja se negou a assinar um termo de comprometimento para colocar fim às vasectomias de pastores e bispos. O argumento é de que os integrantes da instituição não são obrigados a passar pela cirurgia, mesmo que ter filhos comprometa “propagar o evangelho pelo mundo”. Segundo a Universal, a decisão de fazer ou não vasectomia é individual.
Por meio de nota, a Universal explicou que “a acusação é desmentida facilmente pelo fato público e notório de que grande parte de nossos bispos e pastores têm filhos”. A igreja ainda diz considerar “que o planejamento familiar é um tema que deve ser debatido exclusivamente pelo casal e a instituição não interfere na questão, que é de absoluto foro íntimo de cada marido e cada esposa”.
