Aos 14 anos, o goleiro Bruninho Samudio assinou com o Botafogo de Futebol e Regatas para integrar as categorias de base do clube carioca. Filho de Eliza Samudio e do ex-goleiro Bruno, condenado pelo assassinato da modelo, o jovem jogador acaba de se mudar para o Rio de Janeiro e deve estrear em breve pelo novo time.
Antes de negociar com o Botafogo, Bruninho jogou por mais de um ano no Athletico Paranaense, do Paraná. Por lá, o jogador ganhou destaque, principalmente nas disputas da Copa Voltaço sub-14 deste ano, quando foi eleito o melhor goleiro da competição e atraiu os olhares de sete clubes brasileiros.
Bruninho assinou com o Botafogo motivado pela relação com Léo Coelho, diretor de futebol da base do clube que já havia trabalhado com o garoto no Athletico. Em nota, o clube carioca informou que o goleiro “reúne quesitos técnicos promissores” pela idade.
Pelo Instagram, Bruninho celebrou o contrato com o Botafogo.
‘Tenho pena’
Em março deste ano, o jovem concedeu entrevista à Rede TV, quando comentou sua relação com o pai biológico, condenado pela morte da mãe. Bruninho chegou a dizer que o ex-goleiro “era um (bom atleta”, só que não era uma boa pessoa”. “Eu tenho pena dele, isso que eu tenho pra falar. Tinha uma carreira incrível pela frente e destruiu tudo”, disse o garoto, à época.
Durante a entrevista, o rapaz também disse que trata a avó materna, Sonia Fatima Moura, como mãe. “Ela me ensina sempre a nunca ter raiva do próximo, sempre desejar o bem das pessoas”, declarou.
O rapaz também revelou sua reação ao saber do caso de assassinato do pai contra a mãe anos depois do crime, que aconteceu em junho de 2010. “Eu fiquei normal, porque pra mim, as duas pessoas, tanto o meu pai de sangue quanto minha mãe que já se foi, eram pessoas desconhecidas. Por isso não fez tanta diferença”, disse. Na época do homicídio, Bruninho ainda era recém-nascido.
Caso Eliza Samudio
Eliza Samudio e seu filho, Bruninho, foram sequestrados em 4 de junho de 2010. Na época, a mulher tinha um relacionamento com o então goleiro Bruno, titular do Flamengo e também cotado para defender a Seleção Brasileira de Futebol.
Bruno Fernandes foi condenado como mandante do assassinato de Eliza. Luiz Henrique Romão (Macarrão) e Marcos Aparecido dos Santos (Bola) foram os executores do crime.
O ex-goleiro não reconhecia a paternidade de Bruninho, mas um teste de DNA comprovou que ele é o pai biológico do menino. Bruno Fernandes responde a vários processos por não pagamento de pensão do adolescente.
As investigações apontam que Marcos Aparecido dos Santos, mais conhecido como Bola, matou a mulher e ocultou o cadáver dela, que nunca foi encontrado.
Confira a condenação dos envolvidos no crime:
- Bruno Fernandes – 22 anos e 3 meses – mandante do crime – regime semiaberto;
- Luiz Henrique Romão (Macarrão) – 15 anos – homicídio qualificado – regime semiaberto;
- Marcos Aparecido dos Santos (Bola) – 22 anos – assassinato e ocultação de cadáver – prisão domiciliar devido à pandemia de Covid-19;
- Elenilson da Silva e Wemerson Marques (Coxinha) – sequestro e cárcere privado – 3 e 2 anos e meio de prisão, ambos em regime aberto.
- Fernanda Castro – 3 anos de prisão, mas substituída em prestação de serviços à comunidade.