Câmara ignora crise e aprova urgência de reajuste salarial do Judiciário em 41%

Mesmo com a crise econômica pela qual o Brasil atravessa, os deputados federais aprovaram nesta quinta-feira (28) o pedido de urgência do projeto que aumenta os salários dos servidores do Poder Judiciário em 41,47%. O resultado no plenário da Casa ficou em 277 votos favoráveis ante 4 contrários. Com isso, a proposta pode ser incluída na pauta a qualquer momento, mas não há previsão exata de votação.

O texto, já aprovado na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, prevê a concessão do aumento, de forma escalonada, em oito parcelas, de janeiro de 2016 a julho de 2019. A proposta tem impacto orçamentário para 2016 de R$ 1,160 bilhão. De acordo com o STF, houve negociação com o Executivo para garantir os recursos para o reajuste a partir de 2016, sendo que o impacto financeiro total ocorrerá apenas a partir de 2020.

A votação dividiu opiniões. O deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) criticou a votação da urgência do projeto. Para ele, não é hora de aumentar as despesas, especialmente depois de a Casa aprovar o afastamento da presidente Dilma Rousseff por questões fiscais. “Que urgência é essa em votar aumento para servidores do Judiciário? Esta Casa aqui acabou de cassar uma presidente da República porque durante todo o seu mandato ela quebrou o Brasil, gastou mais do que tinha”, afirmou. “Vamos deixar para o próximo presidente um buraco mais fundo? É essa a intenção?”, emendou.

O líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF), rebateu as críticas. Ele lembrou que o aumento contido na proposta foi autorizado pela Lei Orçamentária já aprovada pela Câmara e que os reajustes só terão efeito pleno em 2019. Rosso ressaltou ainda que a proposta em análise é uma resposta ao aumento vetado por Dilma. “Não é pauta-bomba, é uma pauta justa com lastro orçamentário, que vai fazer o Brasil cada vez mais constituir seus poderes constitucionais”, afirmou.

O líder do governo, deputado José Guimarães (CE), também lembrou que o aumento dos servidores está previsto no Orçamento. “Será que o arrocho que vem aí será tão grande que vai acabar com aumento de servidores previsto no Orçamento?”, questionou.

Ele afirmou que os deputados que agora são contra o reajuste deveriam ter se manifestado na hora de votar o Orçamento. “Não pode fazer demagogia, todo mundo aprovou esse aumento no ano passado e vem acusar o governo de farra fiscal”, disse Guimarães, em referência ao projeto vetado pela presidente Dilma Rousseff, que previa aumento de até 78,56% em parcelas até 2017. O veto foi mantido pelo Congresso Nacional.

Ainda nesta quinta-feira, os deputados tentaram votar ainda a urgência para o aumento salarial dos servidores do Ministério Público da União, mas não houve quórum. A votação desta urgência será retomada na semana que vem.

É possível acessar o projeto de reajuste do Judiciário aqui e do Ministério Público da União, aqui.

Com Agência Câmara

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