Desde a última quinta-feira (30), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vem emitindo alertas sobre o aumento dos casos de Covid-19 em navios. A agência suspendeu cruzeiros e contraindicou o embarque de passageiros que possuem viagens programadas. Na semana passada, a agência suspendeu a operação de algumas embarcações, como MSC Splendida e Costa Diadema.
Em comunicado, a Anvisa relatou que leva em consideração a rápida mudança no cenário epidemiológico acerca do novo coronavírus, que se tornou uma preocupação para as autoridades. O avanço da variante ômicron e o relaxamento das medidas de prevenção são alguns dos fatores que contribuíram para a decisão.
Em recomendação, a agência também disse que há “riscos de prejuízos à saúde dos passageiros”, ressaltando a imprevisibilidade das operações no momento. Dessa maneira, atribuiu caráter de urgência à imediata interrupção da temporada de cruzeiros no país, em especial após casos confirmados em Santos (SP) e Salvador (BA).
Navios em operação na costa brasileira
Desde o fim do ano e até o momento, neste início de janeiro, algumas viagens foram interrompidas para conter os avanços da Covid-19 a bordo. A Anvisa suspendeu cruzeiros e alertou sobre a facilidade de transmissão da doença em navios.
Um exemplo de cruzeiro interrompido é o Costa Diadema, cuja operação foi paralisada na sexta-feira (30). Após determinação da Anvisa, o navio seguiu até Santos e realizou o desembarque de todos os passageiros, exceto pessoas que testaram positivo ou residentes locais, que desceram no porto de Salvador, onde a embarcação estava atracada. Anteriormente, tinham sido confirmados 68 casos de Covid-19 no navio, somando 56 tripulantes e 12 passageiros.
Ontem (2), pessoas com viagem marcada no MSC Splendida também foram informadas de que não embarcariam em Santos. A Anvisa ressaltou que o navio já havia sido notificado no dia anterior (1º) sobre a interrupção do embarque, embora o anúncio aos viajantes tenha sido feito apenas no dia 2. A mesma embarcação já havia atracado no porto da cidade litorânea na última quarta-feira (29), quando 51 tripulantes e 27 passageiros testaram positivo para a doença.
No MSC Preziosa, que atracou no Rio de Janeiro na manhã de ontem (2), dois tripulantes e 26 passageiros também foram diagnosticados com o vírus. Outros navios, como Costa Fascinosa e MSC Seaside, mantêm suas operações no nível 3 do cenário epidemiológico, até que ocorra alguma mudança. De acordo com a Anvisa, alterações podem impedir novos embarques e levar à interrupção das viagens destes cruzeiros.
Anvisa reforça suspensão de temporada de navios
De acordo com a Anvisa, o vírus que causa a Covid-19 se espalha facilmente entre pessoas próximas a bordo de navios. Assim, a chance de se infectar com a doença em um cruzeiro é alta. Ainda segundo a agência, a recomendação pela suspensão das operações visa a proteger a saúde da população. Na cidade de Santos, a determinação permitiu o ingresso da Polícia Militar no perímetro da Área do Porto.
A Anvisa suspendeu os cruzeiros e recomendou que, a fim de conter os avanços da transmissão do novo coronavírus, existe a possibilidade de interrupção ou redução das programações dos navios no país. Por meio de nota (leia abaixo na íntegra), a agência reforçou “a urgência da imediata interrupção da temporada de navios de cruzeiro no Brasil”.
O órgão ainda disse que “as ações são gravemente impactadas por falhas no cumprimento dos protocolos pactuados para início da temporada”.
Nota da Anvisa
“A Anvisa reforça a urgência da imediata interrupção da temporada de navios de cruzeiro no Brasil. Em que pese os esforços da Agência nos últimos dias para controlar a situação sanitária das embarcações, as ações são gravemente impactadas por falhas no cumprimento dos protocolos pactuados para início da temporada.
Em razão do grave risco à saúde da população, a Anvisa já recomendou ao Ministério da Saúde, desde o dia 31/12, que revisitasse a posição sobre a temporada de navios de cruzeiro disposta na Portaria GM/MS nº 2.928, de 2021, até que seja reavaliado o cenário sanitário e epidemiológico“.
