Covid: 170 servidores da Polícia Civil de Minas se recusaram a tomar vacina

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Quase duzentos servidores da PCMG recusaram a vacina (Amanda Dias/BHAZ + Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Cento e setenta servidores da Polícia Civil de Minas Gerais se recusaram a tomar a vacina contra o novo coronavírus. A informação foi passada pelo chefe da corporação, Joaquim Francisco Neto e Silva, durante o Assembleia Fiscaliza, realizado nessa segunda-feira (28). Especialista entrevistado pelo BHAZ diz que isso “é o reflexo do negacionismo”.

O número de servidores que se recusaram a tomar a vacina foi informado enquanto Neto e Silva passava a relação de imunizados. Segundo ele, 81,6% da corporação está vacinada, sendo que “em 115 municípios 100% dos policiais e servidores já foram vacinados”.

“Dados de ontem a noite [domingo], 9.198 servidores vacinados, sendo que 170 não quiseram as vacinas. Nos restam 1.952 servidores da Polícia Civil para vacinar. Temos acompanhado estes dados para alcançar, digamos assim, plenitude nas nossas ações de proteção aos nossos profissionais da Polícia Civil”, disse.

Durante o Assembleia Fiscaliza, o chefe da Polícia Civil apresentou ainda a relação de mateira distribuído aos servidores para prevenir o contágio da Covid-19. Mais de 10 mil máscaras N 95, mais de 173 mil máscaras descartáveis, 25 mil máscaras de algodão, 63 mil frascos de álcool líquido e em gel, além de 270 mil itens de higiene e limpeza.

Por que não vacinar?

O BHAZ questionou a corporação se os profissionais que não se imunizaram apresentaram alguma razão e se eles podem sofrer alguma sanção. Até a publicação da matéria o retorno não havia sido enviado.

‘Reflexo do negacionismo’

O médico infectologista Carlos Starling disse ao BHAZ que a recusa dos 170 servidores se explica com base no comportamento de Jair Bolsonaro (sem partido). “Quando você tem um presidente da República dando maus exemplos, é isso que gera e isso que acontece”.

“Os seguidores dele acabam seguindo o que ele faz. Isso é reflexo de mau exemplo que vem de cima. Este contingente [que negou a vacina] é insignificante, do ponto de vista do total de policiais no estado, mas é o reflexo do negacionismo que temos em todas as classes sociais. É este comportamento que está por trás de mais de 500 mil mortes”, afirma.

Starling reforça a necessidade e a importância das pessoas se vacinarem contra a Covid-19. “Em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, a taxa de mortalidade vem caindo sistematicamente em função da vacinação. Quem não se vacina coloca em risco a si mesmo e a própria comunidade”.

O que diz a Polícia Civil?

Por meio de nota, a Polícia Civil disse que não mapeou o motivo desses servidores não quererem se vacinar. “A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que até o momento, 81,6% dos servidores da instituição foram vacinados contra a Covid-19 e 115 cidades mineiras tiveram 100% dos policiais civis imunizados.”

“Em relação aos 170 servidores que não foram vacinados, a PCMG não fez um mapeamento das razões, considerando que é uma escolha individual e personalíssima, sem qualquer interferência da Instituição. Vale ressaltar que, até o momento, não existe regramento legal que trate sobre o tema”, diz a nota.

Edição: Roberth Costa
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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