A nova variante indiana do coronavírus que vem preocupando a população nos últimos dias não foi detectada, até o momento, em Minas Gerais. Segundo a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), até esta sexta-feira (21), não houve registro da nova cepa em solo mineiro. O momento, no entanto, continua delicado.
Na tarde de ontem (20), o governo do Maranhão confirmou os primeiros casos de Covid-19 provocados pela variante indiana no Brasil (leia aqui). De acordo com o secretário de Saúde do estado, Carlos Lula, a variante B.1.617 foi encontrada em seis amostras de testes coletados entre a tripulação que estava à bordo do navio MV Shandong Zhi, atracado no litoral do Maranhão.
Segundo o médico infectologista Leandro Curi, a maior preocupação para a saúde pública é o surgimento de uma variante que seja mais forte que a vacina. “Todo dia surge uma nova variante, e como o vírus está em alta no mundo inteiro, estão surgindo outras mais fortes, como é o caso da variante indiana. A gente só se preocupa se algum dia aparecer uma variante que a vacina não proteja”, explica.
Vacina ainda é eficaz
Apesar da necessidade de estar alerta, o especialista adianta que, por enquanto, não há indícios de que a vacina não seja eficaz; “A nova cepa pode ser mais violenta, infectar mais fácil, como a P1, mas estudos mostram que a vacina é eficaz nesses casos. Porém, invariavelmente, uma hora vai aparecer uma variante muito mais resistentes às vacinas que a gente já tem”, afirma.
O médico explica também que, caso a B.1.617 realmente não tenha chegado em Minas Gerais, é válido adotar medidas de proteção mais rígidas. “Todas as variantes anteriores foram registradas aqui [em Minas], então é claro que, se a gente não fechar o espaço aéreo, teremos casos muito em breve”, alerta.
Ações de vigilância
O Governo de Minas afirmou que ampliou as ações de vigilância no estado, e que as análises das variantes são conduzidas pela Rede Corona-Ômica BR-MCTI, representada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), para identificar possíveis mutações do vírus em Minas Gerais.
A Secretaria também reforçou a necessidade do distanciamento social para conter a disseminação vírus e minimizar o surgimento de mutações. “É necessário impedir a circulação do vírus, sendo o distanciamento social e a vacinação, ferramentas essenciais para o controle da pandemia”, explica em nota.
A mutação do vírus é esperada, conforme explica a OPAS/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde). E quando essas variantes demonstra impacto ou grande risco à saúde pública, elas são consideradas variantes de preocupação, como é o caso da B.1.617, a variante indiana.