Prefeito critica saída de secretário de Saúde de Minas e desafia deputados

Prefeito de Coronel Fabriciano durante live
Marcos Vinicius (centro) não concordou com saída de Amaral (Reprodução/@drmarcosoficial/Instagram)

O prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Vinicius (PSDB), fez duras críticas à demissão do secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, por conta da polêmica em torno da vacinação dele e de servidores contra a Covid-19. Na visão do gestor municipal, tudo ocorreu dentro da legalidade. Os deputados estaduais foram questionados por criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e desafiados a destinar emendas parlamentares com o objetivo de comprar vacina.

“Em plena pandemia, o bicho pegando no estado, e a gente viu nosso secretário ser exonerado justamente por falta de entendimento de quem não entende de saúde. Interferência do Judiciário, da Assembleia [Legislativa]. Pelo amor de Deus”, disse em dos trechos da live da última sexta-feira (12). Marcos Vinicius defendeu a imunização de Amaral e dos servidores justificando que isso consta no PNI (Plano Nacional de Imunização).

“Os caras trabalham lá [na secretaria de Saúde] e vem gente do estado todo [encontrar com eles]. Ou eles podem ser contaminados ou espalhar a variante. Eles recebem mais de 30, 40 pessoas do estado de Minas Gerais”. A demissão de Amaral é considerada para o chefe do Executivo municipal como “sacanagem”.

“Se o plano disse que pode, então pode… Acho que o secretário vinha fazendo excelente trabalho, pegou estado quebrado, com dívida milionária na saúde. Só a nossa eram R$ 28 milhões. Ele botou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e regional para funcionar”, prosseguiu defendendo Amaral.

‘Quero ver se tem macho’

A vacinação de Amaral e de 800 servidores da Saúde fez com que a ALMG abrissem uma CPI para apurar se a imunização no estado vem ocorrendo dentro da legalidade. A decisão dos deputados foi duramente criticada pelo prefeito de Fabriciano e o presidente da Casa, deputado Agostinho Patrus (PV), acabou sendo alvo. Para o prefeito, houve interferência política na decisão que culminou na saída do agora ex-secretário.

“Me desculpe o presidente da Assembleia, eu vi que ele se exaltou, ficou lá bravinho, mas a gente entende. Ano pré-eleitoral, quer mostrar gracinha e aí tem que aparecer”, disparou. Marcos defendeu a compra de mais vacinas e fez uma proposta aos deputados de Minas. “Eu quero saber se tem deputado macho aí mesmo. Se vocês são macho e querem fazer alguma coisa para a saúde, põe a metade da emenda parlamentar de vocês na Saúde para comprar vacina”.

“Em plena guerra tirar o nosso general desmotiva a equipe. Vocês fizeram um desastre na saúde. A gente não pode penalizar um secretário que vinha fazendo um ótimo trabalho. Nunca tinha visto um secretário de Saúde andar tanto igual ele. Vamos averiguar parente de deputado que não está no fronte e pode ter tomado vacina”, disparou.

Minas Gerais, de acordo com os dados do Vacinômetro, já recebeu mais de 2 milhões de doses da vacinas. Até o momento, foram aplicadas 794.941 doses da primeira imunização e 367.143 da segunda – e última. O BHAZ procurou a assessoria do deputado Agostinho Patrus para repercutir as declarações do prefeito de Fabriciano. Até a publicação desta matéria, o retorno não havia sido enviado. Tão logo o legislador se manifeste, este texto será atualizado.

Edição: Thiago Ricci
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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