A Prefeitura de Belo Horizonte está em alerta devido à baixa procura pela vacina contra Covid-19 para crianças de até quatro anos. O grupo faz parte do calendário fixo de imunização contra a doença, com duas doses. No entando, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a adesão tem ficado abaixo do esperado.
Os dados mais recentes do município apontam 8.597 meninos e meninas com idades entre seis meses e quatro anos estão com a primeira dose em dia. O número representa 9,2% do grupo, ou seja, apenas uma em cada 10 crianças da faixa etária receberam o medicamento.
A situação é ainda mais crítica quando se analisa a aplicação da segunda dose. Neste caso, foram aplicadas apenas 3.292 unidades, o que representa 3,5% do público estimado.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calcula que a capital mineira tem aproximadamente 93 mil crianças com até quatro anos.
Paulo Roberto Lopes Correa, diretor de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de BH, avalia que o cenário pode facilitar a circulação do coronavírus na cidade e, assim, aumentar o aumento de casos de Covid-19.
Segundo o especialista, com o passar do tempo em relação à pandemia e a redução de casos graves da doença, a percepção de risco reduziu entre a população. “As pessoas estão deixando de se vacinar. Observamos isso, principalmente, com as crianças de até cinco anos e os convocados para as doses de reforço. A procura pelos imunizantes nos postos de saúde tem sido cada vez menor”, alerta.
Correa pontua que o número de casos da doença subiu nas últimas semanas, principalmente em outubro. Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que, na última semana, cerca de 9% dos testes realizados constavam como positivos para a doença. Há 12 semanas, o percentual era de 1%. Há quase dois meses, o índice varia entre 9% e 13%.
Na avaliação do representante da Secretaria de Saúde, a circulação do vírus ainda está dentro da margem considerada “normal”, mas pode ser explicada pela baixa vacinação, baixa umidade do ar e aglomeração da população.
Atualmente, a vacina contra a Covid-19 é indicada para crianças a partir de seis meses de idade. Ela é aplicada gratuitamente nos centros de saúde da capital mineira.
Veja as idades indicadas para receber o imunizante e as doses de reforço:
- Crianças a partir de 6 meses e com menos de 5 anos:
1ª dose: monovalente XBB da Moderna
2ª dose: após quatro semanas da 1ª dose, com vacina monovalente XBB da Moderna
- Pessoas a partir de 5 anos (que não receberam vacinação prévia)
1 dose da monovalente XBB da Moderna
- Pessoas imunocomprometidas a partir de 6 meses de idade (grupos prioritários)
1ª dose: a partir dos seis meses
2ª dose: após quatro semanas da 1ª dose
3ª dose: após oito semanas da 2ª dose
Entenda o esquema das doses de reforço:
De acordo com Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, as doses de reforço que vão além do esquema primário, por ora, são indicadas apenas para pessoas de grupos prioritários. Neste caso, há duas divisões:
1) Uma dose anual da vacina XBB (intervalo mínimo de três meses em relação à última aplicação de qualquer vacina da Covid-19):
- Grupos prioritários a partir dos 5 anos
2) Duas doses anuais da vacina XBB, com intervalo de seis meses entre cada uma delas:
- Pessoas imunocomprometidas a partir de 5 anos de idade
- Gestantes/puérperas
- Pessoas com 60 anos ou mais
Grupos prioritários
Os grupos prioritários são definidos pelo Ministério da Saúde. São eles:
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Imunocomprometidos;
- Gestantes e puérperas (mulheres no período até 45 dias após o parto);
- Pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILPI e RI) e seus trabalhadores;
- Indígenas;
- Ribeirinhos;
- Quilombolas;
- Trabalhadores da saúde;
- Pessoas com deficiência permanente;
- Pessoas com comorbidades;
- Pessoas privadas de liberdade (≥ 18 anos);
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- Adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas;
- Pessoas em situação de rua.
“Para se vacinar, as pessoas devem apresentar, preferencialmente, documento de identificação com foto, certidão de nascimento, CPF e cartão de vacina”, informou a Prefeitura de BH.